FS realizará segunda fase de investimento no projeto BECCS e produzirá o primeiro etanol carbono negativo do mundo

FS realizará segunda fase de investimento no projeto BECCS e produzirá o primeiro etanol carbono negativo do mundo

O anúncio foi feito durante a Feira Liderança Verde Brasil Expo, logo após cerimônia oficial de sanção do PL Combustível do Futuro; a empresa investirá R$ 350 milhões na implantação da tecnologia para comprimir e injetar CO2 no subsolo

FS realizará segunda fase de investimento no projeto BECCS e produzirá o primeiro etanol carbono negativo do mundo

A FS, uma das maiores empresas de etanol do Brasil, anuncia a segunda fase de investimento no projeto BECCS (sigla em inglês para produção de bioenergia com captura e armazenamento de carbono), que acontece a partir da sanção da Lei Combustível do Futuro. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou a nova Lei, hoje, dia 8, em cerimônia oficial realizada durante a feira Liderança Verde Brasil Expo, no Hangar GLOG da Base Aérea de Brasília (Área Militar do Aeroporto Internacional de Brasília). O montante, de cerca de R$ 350 milhões, será destinado à aquisição e implantação dos equipamentos de captura, desidratação, compressão e injeção de CO2 no subsolo, em Lucas do Rio Verde (MT), onde a empresa tem uma de suas unidades industriais.

Na primeira fase do projeto BECCS, a FS investiu aproximadamente R$ 110 milhões na realização de estudos técnicos e perfuração de poço estratigráfico que comprovaram as condições geológicas adequadas para injetar o dióxido de carbono (CO2), no subsolo de Lucas do Rio Verde.

A Lei Combustível do Futuro cria uma série de iniciativas de fomento à descarbonização, mobilidade sustentável e transição energética no Brasil. Dentre elas, estão a implementação do Programa Nacional do Diesel Verde (PNDV), do Programa Nacional do Bioquerosene de Aviação (ProBioQAV) e do Programa Nacional de Descarbonização do Produtor e Importador de Gás Natural e de Incentivo ao Biometano, além da criação do marco legal de captura e estocagem geológica de dióxido de carbono (CCS/BECCS) e para produção de combustível sustentável de aviação (SAF). O início das obras para implantação de BECCS pela FS depende agora de licenciamento ambiental estadual e de autorização da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), que será responsável pela regulamentação da atividade de captura e armazenamento de carbono, de acordo com a nova Lei.
Etanol carbono negativo

“O Combustível do Futuro é mais um marco importante para avançarmos na implantação do sistema BECCS, que resultará na produção do primeiro etanol carbono negativo do mundo. Esse avanço coloca novamente o país em destaque na implementação de tecnologias que contribuem para a transição energética sustentável. A adoção em larga escala do sistema BECCS pelo setor de etanol deverá reduzir sensivelmente as emissões de carbono nos modais rodoviário, aéreo e marítimo”, comenta o CEO da FS, Rafael Abud.

Na produção de etanol há emissão biogênica de CO2 para a atmosfera na etapa de fermentação do milho. Com a tecnologia de BECCS, o mesmo CO2 emitido durante a fermentação é capturado mecanicamente e estocado no subsolo, fazendo com que a emissão do “berço ao túmulo” do etanol de milho seja considerada negativa.

Início das obras

A FS prevê iniciar as obras em maio de 2025, após conclusão da agenda regulatória, com término de obra previsto para junho de 2026. Serão gerados cerca de 230 empregos diretos durante a perfuração de poço, construção e montagem dos equipamentos de compressão e desidratação do CO2. Recentemente, o projeto contou com o apoio da FINEP, agência pública de fomento à inovação, que atua com foco em ações estratégicas, estruturantes e de impacto para o desenvolvimento sustentável do Brasil.
“A implementação de BECCS é um passo crucial para atingirmos a visão da FS, que é ser a maior produtora de combustível carbono negativo do mundo. Seguiremos firmes em nosso propósito e realizando grandes investimentos em inovação. Estamos agora empenhados em monetizar este projeto através da venda de créditos de carbono, um mercado bastante promissor, mas em desenvolvimento”, comenta Daniel Lopes, vice-presidente de Sustentabilidade e Novos Negócios da FS.

 

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