Galo Inox Aperam retrata valorização do inox nos projetos de arquitetura e design contemporâneos
Material permite inovações que resultam em mais sofisticação e sustentabilidade para construções e ambientes diversos; conheça outros exemplos, como o Allianz Parque e o Museu do Queijo
Tão presente no dia a dia da população por sua utilidade, o inox tem sido redescoberto por arquitetos, designers de interiores e decoradores por propriedades até então pouco exploradas – leveza, brilho, versatilidade de formas, durabilidade superior, sofisticação, conforto acústico e térmico.
Um deles é Joel Lima, arquiteto mineiro responsável pelo projeto Galo Inox Aperam. Ele idealizou a escultura de inox que será entregue pela Aperam, maior produtora de inox da América Latina, à Arena MRV e Belo Horizonte. Com 8 metros de altura e cerca de 13 toneladas, o monumento será instalado na esplanada do estádio e será uma nova atração para os apaixonados por futebol, belo-horizontinos e visitantes em dias de jogos, shows e momentos de lazer.
“Trabalhamos com essas dimensões porque você vai montar a escultura numa esplanada de uma arena de futebol que tem cerca de 50 metros de altura. Então, a escultura não pode ser pequena porque ela ia se perder diante do tamanho da Arena MRV. O Galo Inox Aperam estará à altura da grandiosidade do estádio”, explica Joel Lima.
Segundo o arquiteto, existem outras esculturas de “galos” no mundo, como no estádio do Tottenham, na Inglaterra. Mas, com o material (inox) e as técnicas usadas por ele, não existe outro trabalho similar. “É um trabalho único no mundo devido às suas características. O inox sempre foi uma paixão, entendo muito sobre ele e aplico isso em meu trabalho, que é arquitetura e design”, ressalta o arquiteto, que é natural de Timóteo, mesma cidade onde está instalada a Usina da Aperam.
Ao todo, são cerca de 3 mil peças de inox, quase todas cortadas a laser e ligadas por centenas de pontos de soldas e parafusos. Como as peças têm tamanhos variados – a maior tem 7 metros e a menor tem 6 centímetros – foram usadas diversas técnicas para conformar as placas de inox e dar vida e textura à escultura. Para que elas não ficassem totalmente lisas e ganhassem ideia de movimento, efeito de luz e sombra, cada peça está sendo cuidadosamente trabalhada, como a crista, a cauda e a espora.
Reconhecimento mundial
O extraordinário projeto arquitetônico do Allianz Parque, primeiro estádio da América Latina a utilizar inox em sua fachada, foi premiado na Alemanha no German Design Awards 2025, categoria Arquitetura de Excelência. O prêmio, concedido pelo German Design Council, destaca a arena como “exemplo notável de arquitetura contemporânea, inovação e sustentabilidade”.
O autor da obra de arte, o arquiteto Edo Rocha, avalia que o prêmio atesta a posição conquistada pelo Allianz, de estar entre os melhores estádios do mundo. “A fachada não é apenas revestida em inox. O desenho ajuda a diminuir a tensão sonora de dentro para fora. As lâminas de inox, juntas, também exercem um trabalho acústico, funcionam como um pulmão que absorve o som gerado internamente”, esclarece Edo Rocha.
Ainda no quesito sustentabilidade, a durabilidade e resistência do inox no estádio impressionam: vistorias recentes realizadas pela Aperam, siderúrgica que forneceu o material para o Allianz, detectaram corrosão zero 11 anos após sua inauguração. A fachada do estádio Castelão, em Fortaleza (CE), também é formada por placas de inox da Aperam.
Inox em evidência
Assim como Allianz Parque e o Galo Inox Aperam, no Centro de Referência do Queijo Minas (CRQM), em Belo Horizonte, o inox fornecido pela Aperam também é a estrela do projeto, ganhando contornos que remetem às montanhas do estado.
“O inox foi usado de forma não convencional, uma espécie de parede ondulada, simbolizando a cultura mineira, suas cozinhas e a produção do queijo, subvertendo a imagem tradicional de um espaço industrial”, ressalta José Lourenço, arquiteto português apaixonado por Minas que assina o ousado projeto do Museu do Queijo, apelido dado ao local.
Lourenço diz que o inox tem experimentado novos usos que vão além de sua função mecânica, que tradicionalmente o colocam como estrela nas cozinhas industriais, nos hospitais, nos eletrodomésticos e em diversos tipos de veículos.
“O inox é maleável, resistente e durável. Essas características o transformam em uma tendência também no design de interiores, especialmente num momento em que as formas orgânicas e fluidas estão em alta”, afirma Lourenço.
O arquiteto mineiro Abreu Valle também vê com muito entusiasmo o crescente uso do inox em aplicações inovadoras, dos grandes empreendimentos arquitetônicos às obras de arte que conferem sofisticação e durabilidade. “As possibilidades são incontáveis”, frisa.
No Circuito Cultural Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, é possível encontrar esculturas em inox, de sua autoria, que fazem parte de uma série especial chamada Origami. “São dobraduras de inox, em estilo oriental, semelhante a um origami. Por essa série recebi uma honraria no centenário da emigração japonesa ao Brasil, uma comenda oficial do governo japonês”, conta Valle.
Tendência global
O inox fabricado pela Aperam, maior produtora do material na América Latina, foi usado também em bancadas e acessórios na CasaCor Minas Gerais 2024, que aconteceu em Belo Horizonte. O material durável e com estética futurista foi uma das tendências da mostra, assim como em São Paulo, onde os mobiliários preenchidos por texturas metálicas chamaram a atenção. Esse material durável e com estética futurista foi muito usado também na Semana de Design de Milão de 2024 e se mantém em alta em 2025.
