Gente: o ativo mais estratégico da indústria de Defesa

Gente: o ativo mais estratégico da indústria de Defesa

 

Gente: o ativo mais estratégico da indústria de Defesa

Por Alexandre Barbosa* da Saab Brasil.

Segurança e qualidade são ativos inegociáveis na indústria aeronáutica e devem nortear todas as nossas ações. A máxima que diz “no céu não há acostamento” precisa permear todas as áreas da empresa. Cada processo, operação e ação precisa funcionar com precisão, pois uma falha pode comprometer tanto a produção quanto a operação da aeronave. Por isso, na indústria aeroespacial, começamos com segurança e qualidade e terminamos com segurança e confiabilidade. E tudo começa pelas pessoas.

É por meio das pessoas que garantimos que toda a tecnologia da indústria aeroespacial se traduza em segurança e qualidade. No setor de Defesa é fundamental formar profissionais capazes de aplicar o conhecimento a favor deste objetivo, algo que só se alcança com mão de obra qualificada, atenta aos desafios e à complexidade inerentes a esse segmento.

Na fábrica de aeroestruturas da Saab Brasil, esse caminho ganhou uma nova dimensão com a conclusão de um amplo processo de transferência de tecnologia. Engenheiros, técnicos e operadores brasileiros treinados na unidade da Saab em Linköping, na Suécia, retornaram ao país capacitados e hoje compartilham seus conhecimentos e experiências com outros colegas na linha de montagem.

Essa troca acontece de forma estruturada no Training Academy, centro de treinamento criado para apoiar a produção local, onde teoria e prática se encontram como preparação para o chão de fábrica. Ali, profissionais, com experiencia prévia ou em início de carreira, se capacitam aprendendo técnicas específicas e desenvolvendo habilidades necessárias para a montagem de aeroestruturas complexas, como as de um caça como o Gripen.

Essa iniciativa não é apenas um diferencial, mas uma necessidade para uma empresa que tem na segurança e na qualidade seus maiores ativos. O Mapa do Trabalho Industrial 2025–2027, do Observatório Nacional da Indústria/SENAI), estima que 14 milhões de brasileiros precisarão se qualificar ou atualizar nos próximos três anos. Nesse cenário, academias corporativas e trilhas formativas on the job deixaram de ser tendência e se consolidaram como política industrial. Experiências recentes do próprio SENAI com empresas de diferentes setores mostram como a aprendizagem prática eleva a produtividade e impulsiona a inovação.

No fim das contas, produzir é mais do que repetir processos em escala. É potencializar pessoas para que transformem conhecimento em inovação. É garantir que cada profissional formado esteja preparado para sustentar a qualidade de um produto que, no caso da aviação, não admite falhas. É criar um ciclo contínuo de aprendizado que mantém viva a capacidade de inovar e de levar a indústria a novos patamares.

E é exatamente aqui que o Training Academy se diferencia: não como uma estrutura de ensino tradicional, mas como um verdadeiro centro de treinamento e aprendizado. Um espaço onde habilidades são cultivadas, talentos se multiplicam e a indústria investe em seu ativo mais estratégico — as pessoas. Porque, no ar, não há margem para erro. Mas, em terra, é no preparo humano que nasce a confiança para voar mais alto e mais longe.

*Alexandre Barbosa é gerente de Engenharia e Operações da Aeroestruturas da Saab Brasil.

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