GlobalFruit: de uma pequena fábrica no interior de Minas Gerais a uma potência do mercado nacional de co-packers
Sede da GlobalFruit, copacker especializada em envase de bebidas, em Visconde do Rio Branco, na Zona da Mata Mineira. Crédito_ Sharpfilms
Sede da GlobalFruit, copacker especializada em envase de bebidas, em Visconde do Rio Branco, na Zona da Mata Mineira. Crédito_ Sharpfilms
Uma virada de 180 graus! Esta frase resume o que foram os últimos anos da GlobalFruit, que surfa na onda para se situar em posição de liderança no mercado brasileiro de co-packing. Com toda a disposição, conhecimento e experiência de novos investidores, dirigentes e gestores, a companhia com sede em Visconde do Rio Branco, na Zona da Mata Mineira, tomou outros rumos. Passou rapidamente de uma situação de letargia produtiva para a de lançamento de serviços e produtos, prospecção de novos mercados, parcerias comerciais e reconhecimento de sua qualidade corporativa por grandes e reconhecidas marcas nacionais e internacionais.
Entre 2019 e 2023, a empresa recebeu aportes financeiros no valor de R$44 milhões, que foram fundamentais para impulsionar seu crescimento e expandir suas operações. Em apenas cinco anos, passou de uma receita modesta de R$308 mil para impressionantes R$195 milhões em 2023. Como resultado de estratégias bem-sucedidas, a GlobalFruit registrou um aumento de 23% em seu faturamento em 2024.
A GlobalFruit foi fundada para atuar como indústria processadora de frutas, mas os novos proprietários viram a possibilidade de explorar um outro potencial. “Estávamos em busca de um parceiro qualificado para nos apoiar em um projeto de exportação de um produto para os Estados Unidos, quando, ao visitar a GlobalFruit, percebemos uma oportunidade diferente: o mercado de co-packing. Enxergamos a possibilidade de prestar serviços para marcas terceiras, algo ainda pouco explorado no Brasil. Não tem nenhuma outra empresa 100% especializada em co-packer”, revela o coCEO Rafael Vaz.
Essa mudança exigiu uma dedicação profunda a um novo nicho do mercado. No entanto, um dos principais entraves eram as certificações. Naquela época, a GlobalFruit ainda não a possuía, pois o processo demandava um histórico de produção ainda inexistente. “Foi ao longo de 2019 que finalmente alcançamos a tão almejada certificação. Esse marco abriu portas para novas oportunidades, incluindo conversas com gigantes do mercado, como a Ambev”.
Naquele ano, a empresa conquistava o Selo FSSC 22000, um esquema de certificação de segurança de alimentos baseado na norma ISO 22000, reconhecida internacionalmente, e complementada por normas técnicas, como a ISO TS 22002-1 para a fabricação de alimentos e a ISO TS 22002-4 para a fabricação de embalagens.
Contudo, o início de 2020 trouxe um desafio inesperado: a pandemia. Para a GlobalFruit, isso representou dificuldades nas negociações de novos projetos. Apesar disso, seguiu em frente e, em questão de dias, após as duas primeiras semanas de adaptação, a produção estava a todo vapor novamente. “O momento se mostrou oportuno para investir em treinamento e aperfeiçoamento interno. Durante todo o ano de 2020, enquanto o mundo se recolhia em casa, a demanda por sucos aumentava. Surgiram novas oportunidades, incluindo a produção para marcas renomadas como a Do Bem, uma marca da Ambev”.
Em 2021, a GlobalFruit recebeu um grande reconhecimento ao ser escolhida pela Coca-Cola para assumir parte de suas operações de envase. Essa colaboração foi um passo significativo para a empresa, que passou a produzir sucos para uma das maiores marcas do mundo. “Essa parceria trouxe uma validação essencial ao modelo de negócio da empresa”.
Segundo o executivo, trabalhar com uma gigante do mercado exigiu esforços consideráveis para estabelecer um modelo sustentável e garantir a continuidade da produção. “Fomos em busca de profissionais capacitados, resultando na contratação de ex-funcionários da própria Coca-Cola. Esse movimento não apenas facilitou a integração operacional, mas também promoveu a atualização dos processos de gestão e controle de desempenho.
Outro marco importante foi a aquisição de equipamentos para modernização e expansão da produção – um investimento de quase R$15 milhões, conta Rafael Vaz. Com um parque industrial de 110 mil metros quadrados, a empresa elevou sua capacidade produtiva para mais de 100 milhões de litros por ano.
Hoje, além do envase asséptico de bebidas, a GlobalFruit oferece armazenamento de produtos do mesmo segmento; suporte em Pesquisa & Desenvolvimento, que inclui criação de novos produtos, rotulagem e registro e certificações; e a modalidade full service, que envolve desde a compra da matéria prima ao desenvolvimento de produto. “Além de agregar valor ao negócio, esse modelo de atuação também fortalece as relações com os clientes, proporcionando maior flexibilidade e conveniência”, reforça.
Rafael destaca que esses passos estratégicos não apenas fortaleceram a posição da GlobalFruit no mercado, mas também a colocaram em um caminho sólido de crescimento sustentável. “O foco agora está em consolidar os ganhos obtidos e continuar impulsionando o desenvolvimento da GlobalFruit, com diversificação dos negócios em busca de novas oportunidades de crescimento”, conclui Vaz.