InterCement Brasil desenvolve solução de pavimentação sustentável
Pavimento de concreto compactado com rolo (CCR) possui durabilidade, além de ser mais econômico e sustentável
A InterCement Brasil, uma das principais produtoras de cimento do país, está apoiando o desenvolvimento de uma tecnologia alternativa para a pavimentação de ruas e estradas com concreto compactado com rolo (CCR), substituindo ou modificando o pavimento tradicional. Com menor impacto ambiental e vida útil até três vezes superior, o CCR é um tipo de concreto com consistência seca, que permite sua compactação com rolos compressores ou equipamentos similares, sem necessidade de fôrmas (estruturas temporárias usadas para moldar e sustentar o concreto até que ele endureça), com reduções significativas de armações e com maior velocidade e simplicidade na execução do pavimento.
“A técnica de compactação torna o concreto mais denso e resistente desde o início, o que permite liberar o tráfego aos veículos em um menor prazo. Como o material possui baixa fluidez, sua capacidade de suporte é maior, atingindo rapidamente a resistência necessária para ser usado, podendo ser adicionadas fibras, melhorando ainda mais resistência à tração”, ressalta Adriano Gamallo, Gerente do Canal Técnico da InterCement Brasil.
Desde 2024, a empresa vem realizando estudos com o material e aprimorando a sua aplicação. O foco é adaptar ao contexto brasileiro uma técnica já consolidada em diversos países, onde é comum a produção de placas de concreto seco aplicadas com pavimentadoras e rolos compressores — uso este que, segundo Gamallo, ainda não é comum no País. Além disso, a tecnologia ainda pode combinar o uso de macrofibras, com o intuito de atuar como substitutas das armaduras nas placas de concreto convencionais.
O executivo também destaca a sustentabilidade como outro ponto forte do material. “Além de reduzir o uso de derivados de petróleo, o concreto permite a absorção de CO₂ ao longo do tempo, contribuindo para a redução da pegada de carbono da obra”, explica. Ao entrar em contato com o CO₂ do ar, o concreto passa por uma reação chamada carbonatação, que resulta na formação de compostos que “prendem” esse carbono — funcionando, de certa forma, como um processo de absorção. “Esse efeito é ainda mais evidente em pavimentos cepilhados (processo de fresagem da superfície), que oferece maior área exposta para essa reação acontecer”, complementa.
Segundo Gamallo, a relação custo-benefício do CCR frente aos pavimentos convencionais é outra vantagem e tende a reduzir os custos na implementação e manutenção. “É uma tecnologia que pode transformar a forma como construímos e mantemos nossas vias, com impacto direto na eficiência da cadeia da construção civil. E, com base nos resultados preliminares, os benefícios já começaram a aparecer”, finaliza o executivo.