Locação de MEFs no Brasil: O boom que a indústria não pode ignorar

Locação de MEFs no Brasil: O boom que a indústria não pode ignorar

Locação de MEFs no Brasil: O boom que a indústria não pode ignorar

O cenário econômico brasileiro tem testemunhado um fenômeno notável: o crescimento exponencial do mercado de locação de máquinas, equipamentos e ferramentas (MEFs). Longe de ser uma novidade, essa área de negócio se consolida como uma das mais exitosas no país, apresentando vastas oportunidades para fabricantes e consumidores, mas também confrontando desafios que demandam atenção estratégica.

A expansão desse setor é inquestionável. Há apenas cinco anos, a Analoc (Associação Brasileira dos Sindicatos e Associações Representantes dos Locadores de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas) estimava um mercado de cerca de R$ 7,1 bilhões anuais, com aproximadamente 19 mil empresas e 250 mil empregos diretos. Dados de 2024 indicam um faturamento que ultrapassa os R$ 35 bilhões, englobando mais de 40 mil empresas e gerando cerca de 300 mil empregos. Essa escalada vertiginosa evidencia uma rápida e sólida expansão, impulsionada por subsegmentos como a locação de meios de transporte e MEFs para construção, que registraram os maiores crescimentos nos últimos anos, além do forte avanço de franqueadoras no segmento de “Casa e Construção”. O setor, predominantemente composto por pequenas e microempresas (mais de 80%), já demonstra sinais de consolidação através de Fusões e Aquisições.

Para os fabricantes e comercializadores de MEFs, o mercado de locação representa um horizonte de oportunidades crucial. Em meio à “desindustrialização nacional” – um movimento em que fabricantes brasileiros perdem participação de mercado, com 32,4% das importações de MEFs entre janeiro a maio de 2025 provenientes da China – a “Servitização” emerge como uma via promissora. A oferta de “Equipment as a Service”, incluindo serviços de operação, manutenção e assistência técnica, permite que a indústria nacional, que emprega quase 400 mil colaboradores e é vital para inovação e P&D, se mantenha relevante, mesmo que 47% do Consumo Aparente de Máquinas e Equipamentos seja importado.

Os clientes e consumidores, por sua vez, são os grandes beneficiados. A locação permite que empresas foquem em suas atividades-chave, reduzam o capital investido em ativos e simplifiquem a gestão de equipamentos. O avanço tecnológico das MEFs, com um foco crescente do hardware para o software, proporciona novas funcionalidades e ganhos operacionais acessíveis sem o ônus da compra. Além disso, a crescente preocupação com ESG (questões ambientais, sociais e de governança) impulsiona o avanço de novas tecnologias assim como a adoção de práticas sustentáveis, tornando a locação uma forma de acessar produtos mais ecologicamente corretos e atender às demandas de um mercado cada vez mais consciente.

Contudo, este crescimento não está isento de desafios significativos. Para o setor de locação, a busca por formas de se diferenciar da crescente concorrência, as demandas cada vez mais desafiadoras dos clientes, a busca pela melhoria operacional dos ativos e a simplificação da gestão são prioridades. As questões de ESG representam uma pauta emergente, exigindo que as empresas se adaptem. A busca por fornecedores confiáveis e com menor “custo total de propriedade” é igualmente crucial. Do lado da manufatura nacional, o grande desafio é conter a perda de participação para produtos importados, em um cenário onde o “custo Brasil”, altas taxas de juros e a dificuldade em competir com gigantes como a China são fatores relevantes.

Em suma, o mercado de locação de máquinas e equipamentos no Brasil é um dínamo em plena aceleração, prometendo um futuro otimista e transformador. No entanto, o sucesso sustentado dependerá da capacidade de todos os atores dessa cadeia de valor – locadores, fabricantes e associações setoriais como Alec (Associação Brasileira dos Locadores de Equipamentos e Bens Móveis), Analoc e Sindileq (Sindicato das Empresas Locadoras de Equipamentos, Máquinas, Ferramentas e Serviços Afins) – de enfrentarem e superarem os desafios inerentes a um crescimento tão robusto e a um ambiente globalizado e competitivo.

Jayme Bombo foi consultor em gestão estratégica de negócio e atuou como executivo na indústria biofarmacêutica americana em uma das empresas líderes de mercado. Atualmente, ele é CEO da Merax, uma empresa com 20 anos de mercado e foco na inovação, segurança operacional e crescimento no setor de máquinas e equipamentos.

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