Mais de 260 famílias do Vale do Jequitinhonha estão plantando alimentos nas terras da Aperam BioEnergia

Mais de 260 famílias do Vale do Jequitinhonha estão plantando alimentos nas terras da Aperam BioEnergia

Área cedida às comunidades por comodato chega a 100 hectares, e já foram colhidas 25 toneladas de milho, mandioca, feijão e outras culturas

Mais de 260 famílias do Vale do Jequitinhonha estão plantando alimentos nas terras da Aperam BioEnergia

O programa de agricultura familiar Raízes do Vale registra forte expansão e já alcança 100 hectares — o equivalente a um milhão de metros quadrados ou a 140 campos de futebol — de terras cedidas para que mais de 260 famílias do Vale do Jequitinhonha cultivem milho, feijão, mandioca e outras culturas, como abóbora, melancia, maxixe e andu, dentro das florestas renováveis de eucalipto da Aperam BioEnergia.

O plantio foi realizado em novembro do ano passado e a colheita, iniciada em abril e ainda em andamento, já contabiliza mais de 4,7 toneladas de feijão, 3,6 toneladas de milho e estimativa de chegar a quase 17 toneladas de mandioca. Considerando apenas essas principais culturas, o volume total ultrapassa 25 toneladas de alimentos.

Valto Fróes dos Santos, conhecido como Valtinho, 61 anos, é presidente da Associação das Famílias dos Pequenos Produtores Rurais Quilombolas do Ribeirão Invernada, no município de Capelinha. Das 38 famílias que vivem na comunidade, 13 participaram do plantio coletivo e colheram mais de 600 kg de feijão e cerca de 80 sacas de milho, que vão alimentar e gerar renda para os moradores.

“Algumas famílias estão vendendo. O meu feijão, a minha parte, eu não vendi. Guardei e dividi com a minha família e meus filhos. Ali a gente trabalha e a coisa rende, é só felicidade, só alegria. É um feijão de qualidade, um feijão diferenciado, feijão gostoso. Acertamos a época da colheita”, conta Valtinho.

Mas nem sempre essa foi a realidade da comunidade do Ribeirão Invernada. Antes, por falta de perspectivas de emprego e desenvolvimento, Valtinho precisava deixar a família de forma recorrente e migrar para o estado de São Paulo, onde trabalhava como cortador de cana-de-açúcar nas lavouras.

“Todos os meses a gente se reunia e falava dos problemas da comunidade. E, muitas vezes, não sabíamos como encaminhar. A gente conversava, conversava, assinava a ata, mas não sabíamos nem como redigir um ofício para as autoridades”, relembra.

Hoje, o produtor rural tem a chance de trabalhar e permanecer junto à família. Depois de anos de reuniões, diálogos e buscas por soluções para a comunidade, o Raízes do Vale trouxe um novo alento e esperança.

“Vale do Jequitinhonha é o lugar que eu gosto, é um lugar gostoso, um lugar sadio, um lugar muito bom. Aqui eu sou casado, tenho família. É gostoso sair pelos campos e procurar um pequi gostoso para comer com arroz. É bom demais viver ali”, exalta.

Em sua propriedade, Valtinho também cultiva cana-de-açúcar e produz rapadura com apoio da Aperam BioEnergia. “O pessoal tá muito satisfeito, tá uma cana bonita demais. O pessoal ficou animado, graças a Deus”, afirma Valtinho, que já mobiliza a comunidade para que mais famílias participem da próxima colheita do Raízes do Vale.

Para o próximo ciclo de plantio, previsto para o segundo semestre de 2025, o projeto já conta com a participação de 21 associações comunitárias. E outras ainda podem aderir ao programa.

Apoio à agricultura familiar

Cada associação comunitária recebe, em regime de comodato, uma área de até cinco hectares dentro das plantações de eucalipto da Aperam BioEnergia. A empresa oferece apoio completo para o preparo do solo e assistência agronômica para o cultivo de culturas voltadas à agricultura familiar. Os moradores também passam por treinamentos de segurança no trabalho e recebem os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) necessários para as atividades de manejo.

“A gente recebeu um curso e equipamentos para trabalhar, para nos protegermos, teve até protetor solar, que eu mesmo nunca tinha usado na minha vida. Cuidados para os olhos, a pele… isso foi muito bom, viu!?”, frisa Valtinho, que ressalta a importância do suporte técnico oferecido pela Aperam para que, desta vez, a plantação da comunidade rendesse bons frutos.

“O pessoal já estava desistindo porque a gente não conseguia ter ali um plantio que desse um desenvolvimento, que produzisse. Realmente a gente estava cansado de plantar feijão. Essa vida inteira eu comprei adubo e sementes e, talvez por falta de experiência, nunca colhemos o que plantamos. Agora, é só sucesso. Eu tiro o chapéu”, celebra Valtinho, com entusiasmo.

Desenvolvimento sustentável 

O Raízes do Vale mostra como é possível a convivência em harmonia entre empresas, o meio ambiente e as comunidades em suas áreas de atuação. Outro exemplo vem da Associação Quilombola do Distrito de Bom Jesus do Galego, também em Capelinha. Nesta última safra, foram colhidos 5 sacas de milho e 479 kg de feijão no terreno cedido pela Aperam BioEnergia.

Natural de Capelinha e reeleita presidente da associação, a comerciante Flávia Fernandes comemora o saldo da produção. “Estamos muito satisfeitos. Com certeza estamos caminhando para ter dias melhores com esse incentivo às comunidades rurais”, destaca.

A líder comunitária também demonstra otimismo com a colheita de mandioca, que ainda está em andamento: “Nossa expectativa é muito grande, nosso plantio de mandioca está muito bom, muito bom mesmo”, afirma animada.

Flávia se reúne com as famílias da comunidade de duas a três vezes por mês. E com os recursos gerados pela agricultura familiar, ela já faz planos: pretende construir uma nova sede para a associação e, futuramente, reativar a produção local de farinha de mandioca com a construção de uma nova fábrica.

Reconhecimento nacional e internacional

Em 2023, a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu o Raízes do Vale como uma boa prática de uso sustentável do solo e da água. Já em 2024, foi agraciado com o Selo de Sustentabilidade do Programa Aliança Ambiental Estratégica de Minas Gerais, tornando-se a primeira empresa a receber essa distinção. Além disso, também foi reconhecido na 14ª edição do Prêmio Hugo Werneck de Sustentabilidade, na categoria “Melhor Empresa”, premiação que é referência nacional.

 

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