Manejo no início da safra de soja exige cuidados redobrados com a lavoura
Momento é de reavaliar etapas “pré-plantio” para evitar atrasos ao iniciar o ciclo; especialista reforça boas práticas para o período
O Brasil já semeou 37% da área estimada para a safra de soja 2024/25, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O plantio registrou um avanço de 8,5 pontos percentuais, consolidando a expansão das lavouras. Apesar de ainda estar 10,8 pontos percentuais atrás do ritmo observado na temporada passada, as perspectivas permanecem positivas. A Conab projeta uma produção de 166,2 milhões de toneladas de soja para esta safra, um crescimento de 12,8% em relação ao ciclo anterior, reforçando o potencial produtivo do país.
Esses números refletem o otimismo do mercado em função das boas práticas agrícolas, que devem ajudar os produtores a enfrentarem os desafios da safra.
Gabrielle Masson, Supervisora de Desenvolvimento de Mercado da BRANDT Brasil, empresa especializada em fisiologia vegetal, biossoluções e tecnologia de aplicação, explica que diante das dificuldades a escolha correta das práticas no campo é fundamental. Segundo ela, “o potencial de produção da soja começa a ser definido no momento da semeadura, e é determinado por vários fatores: escolha de sementes de alta qualidade, plantio adequado, proteção das plântulas contra pragas e doenças iniciais”.
A especialista explica que neste período pré-plantio, a dessecação, por exemplo, é uma prática necessária. “A dessecação envolve a aplicação de herbicidas para eliminar plantas daninhas antes do plantio, preparando o solo para receber as sementes da soja”, pontua. O manejo correto da prática, segundo ela, traz inúmeros benefícios, “como a redução da competição por recursos e uma maior uniformidade na emergência das plantas, o que contribui diretamente para a produtividade”.
Para garantir a eficiência desta etapa, Gabrielle ressalta a importância da escolha do momento de aplicação e explica que, diante do atual desafio com o clima, o produtor deve aplicar os herbicidas em dia com boa umidade e temperaturas moderadas, evitando os períodos de estresse hídrico.
“Na soja, três fatores são prioridade para um bom estabelecimento da cultura: o vigor das sementes, um tratamento de sementes adequado (TS) e a aplicação de produtos no sulco de plantio”, salienta a especialista. Ela explica que sementes de alto vigor têm maior capacidade de germinação rápida e uniforme, suportando melhor as condições adversas e evitando a necessidade de replantio.
“O tratamento de sementes ajuda durante a germinação, como proteção contra pragas e doenças, além de promover um arranque inicial mais vigoroso. Micronutrientes, como Cobalto, Molibdênio e Níquel, além de hormônios vegetais, são aplicados no para garantir um desenvolvimento mais saudável da planta, o que ajuda a superar os desafios iniciais e contribui para o desenvolvimento fisiológico da lavoura ao longo de todo o ciclo produtivo”, complementa.
Para obter uma lavoura de soja produtiva, é fundamental usar sementes de alta qualidade e manejar o solo de forma adequada. Isso inclui corrigir a fertilidade e a química do solo e ajustar a densidade de plantas conforme as características da área de cultivo. “Escolher a velocidade de semeadura certa é importante para distribuir as plantas de maneira uniforme e garantir um bom estande inicial, considerando o poder germinativo de cada variedade. Também é essencial monitorar constantemente a lavoura para corrigir nutrientes que estejam indisponíveis ou em baixos níveis. Além disso, adotar tecnologias inovadoras é crucial para otimizar a produtividade na cultura da soja”, complementa.
Fora todas essas práticas de manejo da lavoura, manter a organização dos equipamentos e das instalações da propriedade também pode ser um passo à frente para evitar percalços durante o plantio. “Manter o maquinário em boas condições e o armazém organizado garante mais eficiência e segurança no campo, evita falhas durante o plantio e protege tanto os colaboradores quanto a lavoura. Mantendo a ‘casa’ em ordem é possível ter um início de plantio mais efetivo e garantir a rentabilidade”, finaliza, supervisora da Brandt Brasil.