Manejo nutricional na reta final da safra garante peso e qualidade dos grãos, apontam especialistas

Manejo nutricional na reta final da safra garante peso e qualidade dos grãos, apontam especialistas

Disponibilidade limitada de magnésio, enxofre, boro e potássio pode comprometer enchimento de grãos; especialistas reforçam importância de adubação equilibrada e estratégias foliares integradas

Manejo nutricional na reta final da safra garante peso e qualidade dos grãos, apontam especialistas

A agricultura brasileira vive um momento de novos desafios no campo da fertilidade do solo e da nutrição de plantas, especialmente quando se busca o ajuste fino dos manejos em cada componente da produção. Um dos mais determinantes é o enchimento de grãos – fase final do desenvolvimento das culturas, na qual se consolida todo o investimento realizado ao longo do ciclo. Para ilustrar a importância dessa etapa, uma variedade de trigo com 30 dias de enchimento e produtividade potencial de 4.500 kg/ha precisa acumular, em média, 150 kg/ha de grãos por dia. Trata-se de um desafio fisiológico e de manejo considerável, que exige alta eficiência das plantas e condições de campo que sustentem tal desempenho, desde que o clima seja favorável.

Atualmente, o Brasil vive o ápice da safra 2024/25. A soja, estimada em um recorde de 169,7 milhões de toneladas, já se encontra com colheita bastante avançada em grande parte do país. O milho segunda safra, responsável pela maior parte da produção nacional, tem cerca de 83,7% da área colhida, com lavouras ainda em maturação e colheita em estados como Mato Grosso e Goiás. No Sul, o trigo consolida as fases finais de desenvolvimento, enquanto o arroz e o feijão em primeira safra avançam para o enchimento de grãos ou já foram parcialmente colhidos.

De acordo com Ricardo Allebrandt, agrônomo e coordenador técnico de mercado da Nitro, empresa brasileira especialista em insumos agrícolas de nutrição e biológicos, o manejo da fertilidade do solo, aliado à nutrição e à fisiologia das plantas, deve ser conduzido de forma abrangente. “Não se trata apenas de fornecer nutrientes isolados, mas de entender as interações entre eles e como atuam em conjunto com os componentes químicos e biológicos do solo. O enchimento de grãos é resultado de uma rede complexa de processos fisiológicos que não pode depender de um único elemento”, explica.

Entre os nutrientes de maior atenção nesta fase, estão o magnésio (Mg), o boro (B), o enxofre (S) e o potássio (K). O potássio desempenha papel central na regulação osmótica e no transporte de carboidratos. O magnésio assegura a continuidade da fotossíntese e a eficiência da remobilização de assimilados. O boro viabiliza o transporte da sacarose até os grãos de forma estável, enquanto o enxofre fornece os blocos essenciais para a síntese de proteínas, mantendo a qualidade final. “Quando aplicados em conjunto, esses nutrientes atuam de forma sinérgica, garantindo não apenas maior taxa de enchimento, mas também uniformidade e qualidade superiores dos grãos”, destaca Allebrandt.

Entre as estratégias de maior custo-benefício, têm se destacado as aplicações via foliar de Mg, B, S e K, que oferecem rápida absorção e resposta em campo. Em regiões sob risco de estresse hídrico, a associação de fertilizantes foliares líquidos com bioestimulantes tem mostrado resultados positivos na manutenção da fotossíntese e na continuidade do enchimento dos grãos.

Costumo dizer que o manejo nutricional de fim de safra precisa ser visto como um investimento direto no potencial produtivo. Para exemplificar a importância de se investir em um manejo de enchimento de grãos, tomamos como exemplo uma lavoura de soja com uma densidade de plantio de 12 plantas por metro e espaçamento de 0,45 m entre linhas. Além disso, suponhamos que cada planta produza 52 vagens, com uma média de grãos/vagem de 2,2. Nessas condições, um incremento de 5g no PMS, por exemplo, de 160 para 165 g, representaria um aumento de 2,5 sacos/ha”, explica o coordenador da Nitro.

Com a colheita se aproximando do fim e a volatilidade internacional pressionando os preços das commodities, especialistas defendem que o manejo nutricional balanceado e eficiente é uma das principais ferramentas para assegurar competitividade e lucratividade ao agricultor brasileiro.

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