Scania R 660 Euro 6 traz produtividade e maior capacidade de carga na mineração
Caminhão fora de estrada tem motor V8 e tração 10×4
Com a maior capacidade de carga da categoria, o veículo tem peso bruto total de 71 toneladas
O setor de mineração no Brasil está aquecido e a previsão, de acordo com o Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração), é de ultrapassar US$ 40 bilhões de investimento no quinquênio de 2022 a 2026. Pensando nisso, a Scania desenvolveu seu caminhão vocacional para o segmento com características como: 660 cv, motor V8, tração 10×4 e cabine R com pacote XT.
O R 660 Euro 6 tem como um dos diferenciais a capacidade de carga, já que seu PBT (peso bruto total) é de 71 toneladas. O comum para este tipo de operação é usar modelos de veículos com configuração 8×4 com peso bruto total de 60 toneladas.
De acordo com a companhia, o novo modelo de caminhão fora de estrada traz benefícios como: maior potência, mais torque e motor V8 de 660 cavalos que entregam maior velocidade de ciclo, menos tempo de DMT (distância média de transporte) e menos tempo de ciclo completo da operação.
Além disso, ele conta com a maior capacidade de carga e PBT do mercado, que geram mais produtividade e menor custo operacional. Tudo isso na versão Euro 6, alinhada com a legislação que entra em vigor em 2023, para reduzir as emissões de poluentes em veículos movidos a motor.
“É um caminhão que tem uma capacidade de carga e produtividade diferenciada em relação aos outros, com custo operacional muito menor. Ele tem agilidade, pode rodar longas distâncias, entrar em lugares da mina que talvez outros caminhões não possam entrar. Assim como é focado na parte de segurança, ergonomia e conforto dos condutores, sem dizer na tecnologia embarcada muito grande quando se fala de conectividade”, destaca o gerente de vendas de soluções off-road da Scania no Brasil, Fabrício Vieira.
A montadora explica que o Brasil é um dos seus principais mercados-foco no setor da mineração no mundo, por isso desenvolveu este caminhão vocacional para atender à demanda dos clientes brasileiros que precisavam de um equipamento com maior capacidade, produtividade e menor custo operacional.
Segundo a empresa, vale destacar que a ergonomia e a segurança dos operadores também foram aspectos levados em consideração para o desenvolvimento do veículo feito para superar as condições mais adversas durante seu uso.
“São operações que rodam 24 horas por dia, sete dias por semana, trabalhando em condições que, muitas vezes, não tem iluminação adequada, em meio a lugares inóspitos, longe de tudo. Então, a gente precisa focar muito no conforto e na segurança dos condutores”, detalha o gerente de vendas.
No quesito segurança, a multinacional reforça que sempre foi uma das suas prioridades durante o desenvolvimento dos veículos pesados. “Os caminhões de mineração da Scania foram os primeiros do mercado a terem dois airbags: o frontal e o lateral de cortina”, lembra o profissional.
Relacionamento
Outro diferencial da fabricante, segundo Fabrício Vieira, está no relacionamento da empresa com o cliente. “A Scania oferece atendimento personalizado, equipe dedicada que entende as necessidades do segmento e trabalha, o tempo todo, pensando em desenvolver soluções”, afirma.
Segundo ele, entre os serviços oferecidos aos clientes pela marca está uma oficina da Scania, que é uma réplica da concessionária, dentro dos locais de operação, para que no caso de o caminhão quebrar, a manutenção possa ocorrer de maneira mais rápida e eficiente ainda no local de trabalho.
“Quando um caminhão quebra em uma mineradora no interior do Pará, por exemplo, eu não consigo tirar esse caminhão e levar ele para uma concessionária. Tenho que fazer a sua manutenção no local e colocar ele para rodar novamente”, frisa.
Nova estratégia de negócios
Segundo a montadora sueca, a Scania está trabalhando nesse modelo de caminhão desde 2016 e vem realizando experiências, durante o período, em operações na mineração pelo país. “Fizemos um programa de testes do protótipo desse caminhão em algumas mineradoras do Brasil, nos últimos anos”, diz a empresa.
Estes testes fazem parte de uma nova estratégia da Scania que, por meio de parcerias com as mineradoras, está ampliando seu programa de demonstração dos caminhões da marca que normalmente tem um mês de duração.
“A ideia é ter um programa de demonstração robusto para que a gente consiga mostrar para os nossos clientes o valor que o caminhão pode entregar nas suas operações”, informa o gerente de vendas de soluções off-road da Scania no Brasil, Fabrício Vieira.
Segundo ele, a montadora sentiu a necessidade de aumentar o período de teste dos produtos, para que os clientes entendessem melhor as características dos caminhões com o maior tempo de uso.
A Scania explica que o novo programa de demonstração presta toda a assistência aos usuários com profissionais especializados e suporte técnico da marca durante o período de experimentação dos veículos. “Os clientes estão comprando os caminhões, testando e a Scania vai prover todo o tipo de acompanhamento que ela proveria numa demonstração comum”, explica a companhia.
Tecnologia e performance
A fabricante ressalta que a inovação e tecnologia, embarcada nas máquinas, faz toda a diferença para alcançar os melhores resultados. Porém a performance dos operadores também é fundamental para conseguir extrair o melhor dos equipamentos durante as operações. Pensando nisso, a Scania disse que desenvolveu um sistema que avalia os motoristas.
De acordo com a montadora, os motoristas recebem uma identificação, por meio de um chaveiro, com todos os dados do operador que, ao entrar no veículo, é identificado pelo sistema. Com isso é possível medir sua performance naquele colaborador durante um determinado período.
“Com o nível de tecnologia e conectividade embarcada nesse caminhão, conseguimos medir o desempenho do produto e do operador. Quando a gente fala em medir a performance dos motoristas não é no sentido de punir, mas sim de desenvolver, porque às vezes o caminhão não está apresentando o desempenho satisfatório, entretanto a gente descobre que é um motorista específico que não está utilizando os recursos em sua totalidade e avaliamos qual a melhor solução para o problema”, comenta o gerente de vendas da Scania.
Segundo Fabrício Vieira, o novo caminhão superou as expectativas de aceitação do público e gerou interesse em outros nichos. Além das mineradoras, o equipamento também está sendo procurado por transportadoras. “A maioria das vendas, até o momento, foram para as transportadoras que prestam serviço para as grandes mineradoras”, conta o profissional.
Na opinião dele, isso demonstra que o lançamento da marca terá uma boa aceitação no mercado brasileiro. “O modelo R 660 traz a Scania para uma solução, em seu portfólio de mineração, mais próximo do segmento de linha amarela”, destaca. Outras vantagens do caminhão, segundo a multinacional, são: o baixo consumo de combustível e manutenção mais barata.
O gerente de vendas de soluções off-road da Scania no Brasil, Fabrício Vieira, concedeu uma entrevista exclusiva à revista EaeMáquinas em que conta um pouco mais do diferencial da Scania em desenvolver um equipamento pensado a partir das demandas dos clientes. Confira!
Scania foca no cliente para trazer soluções na área de mineração, afirma gerente de vendas
A Scania foi a primeira montadora que adaptou um caminhão rodoviário para o segmento fora de estrada nos anos 2000. Assim como, saiu na frente, ainda em 2011, no lançamento de um caminhão vocacional específico para o segmento de mineração. Em entrevista exclusiva à revista EaeMáquinas, o gerente de vendas de soluções off-road da Scania no Brasil, Fabrício Vieira, conta um pouco do diferencial da empresa em relação ao setor ao decidir investir na produção do caminhão R 660 Euro 6.
O profissional, que atua há mais de 10 anos da Scania e passou desde a engenharia de aplicação até hoje ser responsável pela área de desenvolvimento de soluções para os clientes, destaca a proximidade com o consumidor como um dos focos da empresa no momento de desenvolver as soluções.
EaeMáquinas – Qual o peso do Brasil para a Scania, quando o assunto é o segmento da mineração?
Fabrício Vieira – Trabalhei na Suécia durante dois anos na Scania Mining, uma área voltada para as operações de mineração no mundo inteiro. O local é destinado a entender os desafios, as diversas características de cada operação e é para que a gente desenvolva soluções que atendam a maior gama possível de demandas. São pessoas altamente especializadas. O Brasil lidera um dos seis locais de maior força desta área para a empresa. É o país onde vendemos o maior número de veículos de mineração, por isso, é um dos nossos mercados-foco.
Além disso, levamos o R 660 Euro 6 como destaque na Fenatran, maior feira de transporte do Brasil e ter esse caminhão como grande destaque no estande já mostra o quanto a Scania está apostando na área, já que, inclusive, foi a única montadora que levou um caminhão puramente genuíno para a mineração ao evento.
EaeMáquinas – Com essa área focada no segmento de mineração, como foi o trabalho de desenvolvimento do R 660 Euro 6?
Fabrício Vieira – O caminhão foi desenvolvido muito olhando a demanda dos nossos clientes. Na área do Scania Mining mais de 30 engenheiros trabalham dedicadamente e especificamente no desenvolvimento de soluções para o segmento. E não necessariamente essas soluções vem da Scania para os nossos clientes. Muitas vezes elas vêm dos clientes para a Scania. A empresa desenvolve algo para atender as demandas deles. A gente sempre ouviu o cliente e continuamos fazendo isso como um processo. A área do Scania Mining é uma das que tem o maior índice de tecnologia embarcada nos caminhões, seja de tecnologia voltada para performance, seja para segurança.
EaeMáquinas – Então, o caminhão R 660 Euro 6 foi desenvolvido a partir da sinalização dos clientes?
Fabrício Vieira – Sim. Eles já vinham demandando um caminhão com maior capacidade de carga do que os disponíveis até então dentro do nosso portfólio, como o 6×4 e 8×4. Ouvimos dos clientes “precisamos trabalhar em um equipamento que a gente consiga aumentar a capacidade de carga e diminuir os custos operacionais, como manutenção, motoristas, mecânicos e etc”. Então, a gente falou: vamos ter que ir para um 10×4 e começamos a conversar com os clientes para entender se era o caminho. A Scania já tinha tido um 10×4 no seu portfólio de produtos no passado e o Heavy Tipper 8×4 passou a suprir a demanda até então. Mas os clientes estão sempre buscando melhoria contínua. Só não esperávamos que a aceitação do 10×4 seria tão boa. Isso nos surpreendeu positivamente.
EaeMáquinas – E hoje, qual o principal público consumidor do veículo?
Fabrício Vieira – Antes só grandes operações de mineração compravam esse caminhão, os transportadores não compravam. Existia uma certa resistência, mas o que a gente vê agora são grandes transportadores, que trabalham para estas mineradoras, batendo na porta da Scania e comprando. Tanto é que nenhuma das vendas que ocorreram até agora foi direto para a mineradora. A maioria foi para transportadoras que prestam serviço para as mineradoras.
EaeMáquinas – Pensando nesta proximidade construída com o cliente, qual a principal vantagem apontada pelos consumidores?
Fabrício Vieira – A Scania não produz caminhão para estoque, a gente só vende caminhão sob demanda. A pessoa chega aqui e fala: quero comprar um caminhão. A partir daí, a gente entende a operação desse cliente, qual a demanda, quais são os desafios e vamos especificar e montar um caminhão de acordo com as necessidades dele. Então, um caminhão que vai para uma operação “A” pode ser totalmente diferente de um caminhão que vai para uma operação “B”, mesmo sendo o mesmo modelo. A Scania investe muito em ouvir a voz dos nossos clientes.
EaeMáquinas – E o que os clientes podem esperar para 2023? Quais as expectativas da empresa para o ano?
Fabrício Vieira – Em 2022 tivemos que enfrentar o problema global do fornecimento de suprimentos, principalmente de semicondutores. Isso ocasionou em restrição no volume de entregas. Então, para este ano, com a normalização do fornecimento, prevemos um volume de equipamentos para o segmento de mineração aproximadamente 20% maior do que foi 2022, que já foi um ano muito positivo para a Scania. Acreditamos que o 10×4 R660 vai ser responsável por 15% a 20% dos caminhões de mineração que venderemos neste ano, tamanha é a demanda e as consultas que temos recebido desde o ano passado.
Compromisso muito além do pós-venda
Saber qual a necessidade dos clientes para produzir um equipamento que supra suas demandas é, muitas vezes, um desafio para as empresas. Mas a Scania descobriu uma maneira de entrar em contato com os problemas reais que os consumidores dos seus caminhões enfrentam no dia a dia para aperfeiçoar cada vez mais seus veículos.
A montadora está indo a campo nas operações e desenvolvendo seus veículos a partir da experiência de quem os utiliza. Essa aproximação da fábrica com os consumidores têm dado resultados positivos, segundo a fabricante, para ambos. A criação do caminhão vocacional de mineração Scania R 660 10×4 usou essa estratégia, com testes realizados em mineradoras antes de seu lançamento no mercado.
O sócio-proprietário da TSL (Transportes Sarzedo), José Maria Donizete Maia, mais conhecido como Zé Tita, é um exemplo. Com mais de 45 anos no setor da mineração e cliente da marca, ele ajudou a desenvolver o 10×4. “Há 3 anos, este modelo veio aqui para gente ir rodando com ele e ir vendo o que poderia surgir durante a operação, futuros defeitos que poderia ter”, lembra.
Quando saíram os primeiros caminhões 10×4, conta Zé Tita, a TSL foi uma das primeiras empresas a comprar. “Já temos este modelo rodando com 4 mil horas de utilização sem problemas, dando resultados excelentes para a nossa operação e o principal: os nossos clientes estão adorando essa inovação”, afirma.
Ele recorda que adquiriu seu primeiro caminhão Scania em 1999 e, desde então, optou pela marca para compor a frota da transportadora, que fica na cidade mineira de Sarzedo. Hoje possui mais de 600 equipamentos rodando em 23 operações de mineração. Para ele, ter este diálogo direto com a fábrica é um fator preponderante para seguir trabalhando com a montadora.
“Recebemos pessoas da Suécia que vem até as operações no Brasil sentir as dificuldades, ver onde precisa melhorar e estamos trabalhando juntos para sempre aprimorar os equipamentos”, destaca. De acordo com a multinacional, Zé Tita foi responsável por 23 melhorias que foram implementadas neste modelo de caminhão.
Para o profissional, a estratégia de relacionamento da montadora com os clientes é essencial para lançar produtos que atendam às demandas e gerem resultados satisfatórios.”Essa aproximação de o pessoal da fábrica vir a campo sentir realmente quais as dificuldades, o que a gente está enfrentando, isso nos ajudou muito a alcançar o que a gente precisava”, enaltece.
De acordo com ele, a produtividade que suas operações alcançaram com a utilização do caminhão modelo R 660 10×4, em relação ao 8×4 da Scania aumentou em cerca de 30% ao mês e já ajuda a atingir melhores resultados junto aos clientes que ele atende.