Mercado livre de energia nas construções: economia e sustentabilidade para grandes construções
Descubra como o mercado livre de energia está transformando o setor de construção civil, permitindo economia de até 50% e acesso a fontes renováveis.
PorRedação Concrete Show Digital
Imagine poder escolher de quem você compra a energia elétrica para o seu empreendimento e ainda pagar menos por isso, com a possibilidade de utilizar exclusivamente fontes renováveis. Parece bom demais para ser verdade? Pois essa realidade já está ao alcance de muitas construções no Brasil, graças ao mercado livre de energia.
Para entender como funciona esse modelo, quais são os principais requisitos para migração e como ele pode gerar economia e sustentabilidade real para empresas, conversamos com Sidney Simonaggio, engenheiro eletrotécnico e consultor em energia. Nesta entrevista, Simonaggio explica de forma clara como o mercado livre vem transformando a forma como grandes consumidores se relacionam com a energia elétrica.
Mercado livre de energia: o que é e como funciona?
Sidney Simonaggio inicia explicando que a energia elétrica é composta por dois elementos principais: a energia em si e os fios que a transportam. No mercado cativo, o consumidor depende exclusivamente do distribuidor, que conecta os fios e repassa a energia comprada. Já no mercado livre, ocorre o desacoplamento dessas funções, permitindo que o consumidor negocie diretamente com o gerador de energia.
“O benefício do mercado livre é a liberdade de escolha do gerador que vai vender a energia, sendo livre a negociação do preço entre eles”, explica Simonaggio.
Para migrar para o mercado livre, o consumo mínimo exigido é de 500 kW, o que torna essa opção viável tanto para empreendimentos em fase de obras quanto para construções concluídas.
Economia e retorno de investimento
Segundo Simonaggio, os custos de energia no mercado livre podem ser de 20% a 50% mais baratos em comparação ao mercado cativo. Essa economia depende de fatores como o prazo de contratação e o nível de garantia de recebimento desejado.
“Como em todo mercado livre, o custo mais barato dependerá do risco que se queira assumir na compra do produto”, afirma o especialista.
Quem pode se beneficiar?
Empreendimentos com demanda superior a 500 kW, como grandes edifícios comerciais, indústrias, galpões logísticos, shoppings, hotéis, hospitais, construtoras e condomínios, são os principais candidatos à migração.
Além da economia, o mercado livre também contribui para metas de sustentabilidade e certificações ambientais, permitindo o uso de energia proveniente de fontes renováveis, como solar, eólica e biomassa.
Cases de sucesso no Brasil
Entre os principais exemplos de sucesso, destaca-se a Construtora Rio Ave, de Recife, que economizou R$ 1,5 milhão em energia em 2024 ao migrar para o mercado livre. Outro caso é a rede de Restaurantes La Mole , no Rio de Janeiro, que economizou mais de R$ 2 milhões ao migrar parte de suas unidades, utilizando 100% de energia renovável.