Durante o painel “Mulheres no Agro”, a advogada e líder de Propriedade Intelectual da CLB, Maria Luiza da Silveira, destacou os avanços na presença de mulheres em posições estratégicas, mas também apontou obstáculos ainda latentes, como a desigualdade de oportunidades, a disparidade salarial e a baixa presença em cargos de liderança. “Temos potencial, só precisamos de oportunidade e políticas públicas e institucionais que incentivem o aumento da participação feminina na ciência e no agro”, afirmou Silveira.
Além disso, iniciativas que fortalecem redes femininas e reconhecem mulheres líderes no setor produtivo foram apresentadas no painel. O debate se encerrou com um olhar sobre os desafios enfrenados por produtoras em áreas de reserva legal na Amazônia. “As mulheres sempre estiveram presentes no agro, mas por muito tempo foram invisibilizadas. Resgatar essa trajetória e reconhecer esse protagonismo é essencial para construir um setor mais justo, diverso e representativo. Não se trata apenas de ocupar espaços, mas de permanecer neles com voz ativa e oportunidades iguais”, concluiu a advogada
Comunicação do agro

No painel “Comunicação Rural”, Renata Meliga, gerente de Comunicação e Clima na CropLife Brasil, apresentou uma análise sobre o paradoxo enfrentado pelo agro brasileiro, que apesar de líder global em produção sustentável, promover inovações tecnológicas e garantir segurança alimentar, ainda sofre com narrativas negativas e estigma. Para ela, é fundamental investir em um trabalho de comunicação eficiente. “O desafio não é apenas comunicar o que fazemos, mas a forma que comunicamos”, destacou Meliga.
A gerente defendeu o conceito de “comunicação íntegra”, que combina dados e ciência, análise contextual, transparência e credibilidade como base para a construção de reputação. Comparando a estrutura da comunicação ao manejo integrado de pragas, ela enfatizou a necessidade de fundações sólidas para que as mensagens ganhem força e confiança. Também abordou a crescente influência da Inteligência Artificial (IA) nos fluxos de informação e alertou sobre a urgência de o setor ocupar espaços estratégicos nos veículos de imprensa e plataformas digitais. “Se antes o Google era o principal meio de busca, hoje esse papel é assumido pela IA, que influencia como as pessoas descobrem e consomem conteúdo. Se não formos fonte, seremos ruído. A reputação do agro está sendo digitalizada e precisamos garantir que a verdade, com base técnica e científica, seja propagada”, argumentou.
Meliga encerrou o painel reforçando que confiança não se impõe, se constrói com dados acessíveis e auditáveis. “É essencial traduzir a ciência em mensagens claras e alinhar a comunicação institucional. As entidades do agro precisam falar de forma unificada, com um entendimento claro de onde querem chegar e como querem ser vistas. Estruturar uma bolha para sair dela é fundamental, pois a confiança não se impõe, ela é construída”, finalizou.
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