NetZero anuncia certificação da sua segunda fábrica de biochar, a primeira em Minas Gerais
Crédito: Gil Silva/NetZero/Divulgação
Localizada em Lajinha (MG), a primeira fábrica da NetZero na América Latina recebeu a certificação do principal padrão de certificação para remoção de carbono, tornando-se a maior fábrica do mundo produzindo biochar a partir de resíduos agrícolas com autorização de emitir créditos de remoção de carbono de alta permanência.
Pioneira na valorização de resíduos agrícolas em biochar, a green tech francesa NetZero anuncia a certificação de remoção de carbono da sua fábrica em Lajinha (MG). Com isso, já foram emitidos os primeiros créditos de remoção de carbono da fábrica. Esse reconhecimento chega apenas um ano após a certificação da primeira unidade, em Camarões, na África.
O projeto da NetZero foi atestado pelo Puro Standard, a mais reconhecida certificação internacional para remoção de carbono de alta permanência. A fábrica de Lajinha torna-se, assim, poucos meses após sua inauguração, a maior unidade certificada de produção de biochar a partir de resíduos agrícolas. Parte integrante do modelo da NetZero, os créditos de remoção de carbono só podem ser emitidos após um rigoroso processo de certificação.
“Estamos muito orgulhosos dessa nova conquista, realizada em tempo recorde. Alcançamos exatamente os níveis de remoção de carbono que esperávamos e já estamos trabalhando em muitas melhorias para aprimorar ainda mais o desempenho de nossos projetos”, afirma Axel Reinaud, cofundador e CEO da NetZero.
Os créditos de carbono emitidos com essa primeira certificação já foram comprados e entregues aos clientes da NetZero, no contexto de uma demanda crescente de grandes empresas para financiar iniciativas de remoção de carbono de alta qualidade para neutralizar suas emissões.
“Trata-se de um marco importante para a NetZero no Brasil, resultado do trabalho árduo de nossas equipes, em particular de P&D e Operações. Essa conquista é apenas a primeira de muitas outras, que estamos preparando ativamente para 2024 e para os próximos anos”, pontua Pedro de Figueiredo, cofundador e CEO Brasil da NetZero.
A green tech também recebeu, no ano passado, o registro do seu biochar como condicionador do solo pelo Ministério da Agricultura e Pecuária. A NetZero é a primeira e atualmente a única empresa no Brasil com biochar registrado. De acordo com estudos e relatórios recentes, o biochar é a tecnologia de remoção de carbono mais eficiente disponível atualmente. Essa forma altamente estável de carbono extraído de resíduos de biomassa é uma solução reconhecida pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e pela Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO) por armazenar no solo, por milhares de anos, o carbono inicialmente capturado pelas plantas na atmosfera por meio da fotossíntese. O modelo da NetZero aproveita o biochar de uma forma única, permitindo também trazer grandes benefícios adicionais para as áreas rurais dos países em desenvolvimento.
O biochar é o resultado da transformação de resíduos de biomassa, como a palha de café e o bagaço de cana, em uma forma de carvão muito estável por meio de um processo térmico. Incorporado no solo, o principal benefício do biochar é sua função de “esponja de carbono”, que ajuda terras agrícolas a reter água e nutrientes, contribuindo também para a remoção de carbono da atmosfera. Na produção de café, o uso do biochar pode reduzir substancialmente a aplicação dos fertilizantes e, ainda assim, aumentar de forma determinante a produtividade média das culturas, reduzindo também a pegada de carbono das plantações, ajudando a agricultura a se tornar simultaneamente mais sustentável e produtiva.
Duas certificações de remoção de carbono, em menos de três anos de existência, confirmam a posição de liderança da NetZero na implantação do biochar com um modelo de ponta a ponta altamente escalável. Em 2022, a green tech foi reconhecida como um dos 15 projetos de remoção de carbono mais promissores do mundo no concurso internacional XPRIZE Carbon Removal, da Fundação Elon Musk.