No Rio, Fórum Econômico Franco-Brasileiro apresenta inovações e discute neutralidade de carbono e reindustrialização verde
Em evento na Casa Firjan, autoridades e executivos de empresas francesas e brasileiras debateram sobre neutralidade de carbono, reindustrialização verde e apresentaram inovações dos dois países na busca pela soberania energética sustentável

Autoridades e executivos de empresas francesas e brasileiras participaram do Fórum Econômico Franco-Brasileiro de Transição Energética e Ecológica Pré COP30 – Temporada Cruzada França-Brasil de 2025 para tratar de neutralidade de carbono, reindustrialização verde e apresentar inovações dos dois países na busca pela soberania energética sustentável. O evento ocorreu em 4/11, na Casa Firjan, hub de inovação da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
Carlos Erane de Aguiar, presidente em exercício da Firjan, afirmou que a transição energética é uma grande oportunidade econômica de nosso tempo. “Falar deste tema hoje é muito mais do que abordar clima ou meio ambiente. É falar também, por exemplo, do futuro da indústria e de qualidade de vida para as pessoas”, ressaltou, lembrando que a transição energética está entre as prioridades da atuação da federação.
Erane salientou que o Rio de Janeiro tem capacidade para se posicionar como protagonista de uma economia de baixo carbono. Isso, disse ele, “nos qualifica a atrair investimentos e gerar empregos, por exemplo. E nós, da Firjan, estamos agindo para que isto se torne realidade”, inclusive qualificando mão de obra para essa transição.
Entre painéis, mesas-redondas e sessões de pitch de empresas, o fórum tratou de soberania energética sustentável, com inovações francesas e brasileiras; neutralidade de carbono; o avanço das energias renováveis; a descarbonização da indústria e da mobilidade; a economia azul, os minerais críticos e os impactos das mudanças climáticas sobre sistemas de saúde.
Após comemorar os 200 anos de relações bilaterais entre Brasil e França em 2025, num mundo hoje bastante complexo, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, presidente do Conselho Superior da Firjan e vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), afirmou que o fórum teve o objetivo de discutir como fazer negócios mantendo o planeta Terra sustentável.
“Temos a responsabilidade, nesse fórum, de aprofundar as relações econômicas de uma forma sustentável, para que nossos netos possam viver de uma forma humana no futuro. E isso é responsabilidade dessa geração que está aqui. Então, acho que esse encontro vem muito a calhar para que haja essa reflexão sobre as responsabilidades da nossa geração.”
Relação Brasil França
Eric Fajole, conselheiro comercial da Embaixada da França no Brasil, destacou o fato e a França e do Brasil já terem energias muito verdes e de serem um exemplo para o mundo. “Nós somos muito felizes por estarmos associados ao Brasil e de sermos, de certa forma, os líderes climáticos e parceiros naturais nesta transição energética”.
O conselheiro ressaltou que gostaria de ver muito mais empresas brasileiras e muito mais investidores brasileiros na França para que a balança comercial seja reestabelecida em termos de investimentos. Fajole também explicou o programa França 2030 para a transição energética e a descarbonização da indústria francesa.
“São 54 milhões de euros colocados no plano do governo francês para melhorar a indústria francesa e ainda mais a matriz energética em 2030. Muitos projetos já estão financiados, mas estamos procurando novas colaborações técnicas e industriais com grupos brasileiros para aumentar mais os resultados deste programa. A porta de entrada francesa está aberta, muito aberta aos nossos amigos brasileiros, que podem se beneficiar desses financiamentos, também na França”, explicou Fajole.
Jean-Michel Lang, presidente Nacional da Câmara de Comércio e da Indústria França-Brasil (CCIFB) e CEO Brasil da Vinci Energies, enfatizou que vivemos um momento de grandes desafios e oportunidades. “O mundo nos convoca a acelerar a inovação tecnológica e a colocar a sustentabilidade nos centros das nossas decisões econômicas. Nossos associados promovem a economia solar, reduzem a pegada de carbono em suas cadeias de suprimento e de fabricação, e estabelecem metas rigorosas de exigência em todas as suas operações”, complementou Lang.
Participaram ainda da abertura Cássio Coelho, secretário estadual de Energia e Economia do Mar; e Eric Tallon, cônsul-geral da França no Rio de Janeiro. Aurélien Patrick Maudonnet, presidente do Clube Tebra de Transição Energética, foi o mestre de cerimônia.
Entre os participantes do evento, estavam o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite; o secretário estadual do Rio de Janeiro de Energia e Economia do Mar, Cássio Coelho; cônsul-geral da França no Rio de Janeiro, Eric Tallon; e representantes da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE/UFRJ), e da Fiocruz, entre outros.
Organizado pela Business France, em parceria com a Firjan, CNI, APEX e Câmara de Comércio França-Brasil, o fórum abriu espaço para networking entre líderes das maiores companhias dos dois países como: Natura, BNDES, Vale, L’Oréal, CNP Seguros Holding Brasil, Engie, EDF Power Solutions, QAIR, Petrobras e Total Energies, Ademe/ACT, Lemma, InfiGroup, Voz dos Oceanos, Airbus Brasil, Acelen Renováveis, Porto do Açu/Prumo Logística, Ciplan/Vicat, Schneider Eletric, Braskem, Veolia, Waga Energy, Qualisteo, Loxam/A Geradora, Ekwateur, Morfo, Metron, Sanofi Vacinas, Moët Hennessy, EssilorLuxottica, Aria Technologies, Suez Air&Climate e MedRio Check-up.






