Norte Energia inova em segurança de barragens na DamsWeek 2025
Com apoio de inteligência artificial, empresa desenvolveu modelo pioneiro de previsibilidade espacial de canalículos em solos tropicais
Um modelo pioneiro de previsibilidade espacial de canalículos está entre as principais contribuições recentes para a segurança de barragens. Desenvolvido pela Norte Energia, concessionária da Usina Hidrelétrica Belo Monte, o Projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (PDI), investigou a formação desses pequenos canais naturais em solos tropicais, comuns na Amazônia. Esses canais permitem que a água encontre caminhos por dentro do solo, favorecendo desgastes que podem comprometer a estrutura de barragens de terra.
A iniciativa deu origem ao Sistema de Predição de Surgências e Evolução de Canalículos (SISPREDI-BM), uma ferramenta inédita, baseada em inteligência artificial, que auxilia na previsão da ocorrência desses fenômenos e fortalece o monitoramento das barragens do Complexo Hidrelétrico Belo Monte.
Os resultados da pesquisa foram apresentados durante a DamsWeek 2025, um dos principais eventos internacionais sobre segurança de barragens, realizado em Porto Alegre (RS). O encontro reuniu especialistas do setor e reforçou a cultura de segurança em um país que já conta com mais de 28 mil estruturas cadastradas no Sistema Nacional de Segurança de Barragens.
Para o Superintendente de Manutenção da Norte Energia, Wagner Lellis, o projeto posiciona a empresa como referência em soluções tecnológicas no setor. “Com esse trabalho, a Norte Energia reafirma seu compromisso em desenvolver soluções inovadoras para aumentar ainda mais a segurança das barragens. Mais um avanço para Belo Monte, essa pesquisa gera conhecimento que pode beneficiar outros empreendimentos em regiões de solos tropicais no mundo, reforçando a importância da pesquisa aplicada para o desenvolvimento sustentável do país.”
Com técnicas de machine learning e redes neurais, o estudo transformou mais de uma década de observações de campo em uma ferramenta científica robusta, capaz de antecipar riscos e apoiar decisões estratégicas.
“Esse projeto marca um avanço real na gestão da segurança de barragens. Conseguimos transformar conhecimento de campo em ciência aplicada e tecnologia, entregando soluções concretas para a engenharia geotécnica”, afirma Rodrigo de Lima Rodrigues, pesquisador responsável pelo PDI.
Com investimentos de R$ 2,17 milhões, o PDI é regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica, integrante do Programa de P&D ANEEL PD-07427-0322/2022, e contou com a parceria do Itaipu Parquetec, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp). A metodologia criada em Belo Monte já desperta interesse internacional, podendo servir de referência para outros empreendimentos em solos tropicais.
