Nova Alta Paulista conquista Indicação Geográfica paulista com apoio da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo
Reconhecimento do INPI, o 11º do estado de São Paulo, valoriza o café arábica produzido em 30 municípios e reforça o papel da pesquisa e da extensão rural da SAA-SP na consolidação da cafeicultura regional
A região da Nova Alta Paulista, no oeste do Estado de São Paulo, conquistou o selo de Indicação Geográfica (IG) para o café arábica, reconhecimento concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) que certifica a origem e as características únicas da produção local. O registro é do tipo Indicação de Procedência, que garante autenticidade ao produto e agrega valor à cadeia produtiva.
O processo contou com apoio técnico e científico da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA-SP), por meio da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) e da Diretoria de Assistência Técnica Integral (CATI), em parceria com instituições de ensino e associações locais.
“Todos os pré-requisitos que o INPI exige para uma Indicação Geográfica têm ligação direta com o trabalho da Secretaria, especialmente no resgate histórico e técnico da cafeicultura na região. Foi um esforço de muitas mãos, envolvendo pesquisadores, extensionistas e produtores”, explicou o pesquisador científico e engenheiro agrônomo Fernando Takayuki Nakayama, diretor da APTA Regional de Adamantina.
Segundo Nakayama, a equipe da APTA colaborou com o levantamento de dados de pesquisa e histórico da produção cafeeira, enquanto os extensionistas da CATI articularam o trabalho junto aos cafeicultores locais. A produção, em grande parte de agricultura familiar, recebe extensão rural da CATI desde 2020.
“Fizemos várias reuniões com os produtores para conhecer o perfil do produto e da região. Essa aproximação foi fundamental para reunir informações e consolidar o dossiê técnico que deu base ao reconhecimento. Também participamos do desenvolvimento do concurso regional de qualidade e incentivamos os produtores a participar do concurso estadual, um passo importante para reforçar a qualidade do café da região”, destacou Rodrigo Luis Lemes, chefe de divisão da CATI Tupã.
Tradição e futuro da cafeicultura regional
A cafeicultura é parte central da história da Nova Alta Paulista desde o início do século passado, tendo impulsionado o desenvolvimento econômico e social de municípios como Adamantina, Dracena, Osvaldo Cruz, Pacaembu, Parapuã, Tupã, Rinópolis e outros que compõem o território reconhecido.
A Associação dos Produtores Rurais de Pacaembu e Região (APRUP) será a responsável pela gestão da IG. Mais de 100 cafeicultores já manifestaram interesse em utilizar o selo, e outros poderão aderir desde que cumpram o caderno de especificações técnicas da Indicação Geográfica.
Novas perspectivas: café canéfora e inovação agrícola
Durante o processo, a equipe da APTA também conduziu estudos e ações de campo voltados ao cultivo do café canéfora (robusta/conilon) na região, o que poderá impulsionar futuras certificações e fortalecer ainda mais a cafeicultura regional.
“A Indicação Geográfica atua como um indutor de desenvolvimento. Ao dar visibilidade ao café arábica da Nova Alta Paulista, abre espaço para novas oportunidades, como o avanço do café canéfora, que tem se mostrado uma alternativa interessante diante das mudanças climáticas”, explicou Nakayama.
A convergência entre as duas espécies, arábica e canéfora, deve favorecer a diversificação produtiva e ampliar as possibilidades de renda no campo, já que o período de colheita de ambas é complementar, não gerando competição de mão de obra.
Valorização do território e do produtor paulista
Com essa conquista, o café da Nova Alta Paulista passa a integrar o grupo de produtos paulistas reconhecidos pelo INPI, ao lado de outras IGs de sucesso apoiadas pela SAA-SP, como o Café da Alta Mogiana e o Mel do Vale do Paraíba.
O reconhecimento reforça o compromisso do Governo do Estado de São Paulo em valorizar a produção regional, estimular a inovação e fortalecer o vínculo entre ciência, tradição e desenvolvimento sustentável no campo.
A Secretaria de Agricultura dispõe de um manual para auxiliar as associações de produtores a solicitarem a indicação geográfica de sua produção.