Panorama Setorial de Máquinas Agrícolas 2025 revela retrato inédito da frota de máquinas agrícolas no Brasil

Panorama Setorial de Máquinas Agrícolas 2025 revela retrato inédito da frota de máquinas agrícolas no Brasil

Panorama Setorial de Máquinas Agrícolas 2025 revela retrato inédito da frota de máquinas agrícolas no Brasil

  • Estudo da consultoria [BIM]³ mostra frota média de 15 anos, intenção clara de renovação, oportunidade de locação e sinais de transição tecnológica e energética no campo brasileiro.
  • Até 2030, a frota deverá alcançar cerca de 1,8 milhão de unidades – 1,480 milhão de tratores, 231 mil colheitadeiras e 89 mil pulverizadores.

O Panorama Setorial de Máquinas Agrícolas no Brasil, lançado pela [BIM]³ – Boschi Inteligência de Mercado, inaugura uma nova etapa para o agronegócio brasileiro ao oferecer o primeiro retrato abrangente da frota de máquinas agrícolas em operação no país. O estudo consolida dados inéditos sobre tratores, colheitadeiras e pulverizadores e traz um olhar estratégico ao mapear hábitos de consumo, ciclos de renovação e demandas tecnológicas, posicionando-se como ferramenta estratégica para todo ecossistema do setor.

Para Luis Vinha, sócio-diretor da [BIM]³, “o estudo abrange máquinas agrícolas em culturas-chave como milho, soja, trigo, cana de açúcar, café, algodão e arroz, consolidando-se como a pesquisa mais completa já desenvolvida para compreender o presente e projetar o futuro da mecanização do agronegócio nacional”.

Ainda de acordo com o sócio-diretor, “a amostra concentrou-se em grandes propriedades — mais de 60% do total —, que possuem maior número de máquinas por unidade produtiva e permitiram detalhar aspectos como marcas, configurações, hábitos de pós-venda, uso e ciclos de renovação. Para corrigir vieses decorrentes dessa concentração, foi aplicada reponderação estatística, garantindo que as estimativas finais de frota e idade média refletissem de forma fidedigna e rigor estatístico a estrutura real do universo pesquisado”.

A base metodológica sustenta a ambição do estudo. A pesquisa envolveu mais de 700 entrevistas em todas as regiões do Brasil entre fevereiro e julho de 2025, com 80% do trabalho realizado presencialmente e o restante de forma remota. O estudo apresenta margem de erro de 3,4 pontos percentuais e nível de confiança de 95%, garantindo consistência estatística.

A amostra foi cuidadosamente estratificada. Grandes propriedades, acima de mil hectares, responderam por 64% das entrevistas, seguidas por áreas de 51 a 200 hectares (18%) e de 10 a 50 hectares (17%), abrangendo as cinco regiões do país. Para assegurar representatividade ao conjunto da pesquisa, no recorte agrícola, o levantamento contemplou culturas que representam a diversidade produtiva do agronegócio nacional, como milho, soja, trigo, café, algodão, cana de açúcar e arroz.

“As entregas do Panorama 2025 foram estruturadas para reforçar o caráter estratégico do estudo, o papel da [BIM]³ como parceira de inteligência no agronegócio e a nossa expertise em transformar dados complexos em inteligência acessível, prática e orientada ao cenário deste setor”, afirma Gregori Boschi, sócio diretor da [BIM]³.

“Os resultados são disponibilizados em formatos complementares, como um relatório, contendo a visão macro da mecanização agrícola no país, análises especiais, desenvolvidas para nos aprofundarmos nos recortes setoriais, além de um dashboard interativo para ampliar a capacidade de explorar cenários e cruzar variáveis customizadas. Essa arquitetura garante que cada público de interesse — de montadoras, fabricantes de autopeças e distribuidores, locadoras a instituições financeiras, órgãos públicos e produtores — tenha acesso a inteligência relevante na granularidade de dados desejada para decisão”, reforça Boschi.

Retrato da frota brasileira em 2025 – O Panorama 2025 estima que a frota circulante total chegue a aproximadamente 1,650 milhão de unidades, sendo 1,350 milhão de tratores, 217 mil colheitadeiras e 82,5 mil pulverizadores, distribuídos entre regiões, culturas e perfis de propriedade. Os resultados também podem ser explorados no dashboard interativo, que permite visualizar recortes por marca, cultura, segmento e faixa etária.

A idade média do parque é de 15 anos — 18 nos tratores, 10 nas colheitadeiras e 8 nos pulverizadores —, e mais de 50% da frota já supera os 15 anos de uso, revelando a permanência de máquinas com tecnologias defasadas em plena operação, além de reforçar o desafio da renovação tecnológica no campo. “Vale reforçar que apenas 33,9% das propriedades rurais possuem acesso a internet”, diz Boschi.

A decisão de compra de máquinas agrícolas no Brasil ainda se mantém altamente concentrada, mas o Panorama 2025 revela nuances desse processo. Sob a ótica geracional, a Geração X responde por 39% das escolhas, seguida pela Geração Y (24%), pelos Baby Boomers (12%) e pela Geração Z (15%), reforçando a chegada de novas lideranças ao centro das decisões.

“Esses dados sinalizam a necessidade de adequação, uma vez que as empresas precisam estar em sintonia com o perfil dos tomadores de decisão; e o Panorama 2025 oferece ferramentas para apoiar esse movimento. Ao revelar quem está no comando das escolhas, o estudo ajuda marcas e fornecedores a repensarem suas estratégias de comunicação e a forma como se conectam com cada público”.

Já no recorte por perfil, mais de 70% das aquisições são realizadas diretamente pelos proprietários ou familiares próximos, evidenciando o peso estratégico desse investimento na gestão da propriedade. Embora o perfil siga majoritariamente masculino, alguns segmentos apresentam maior protagonismo feminino, como o cultivo do café, por exemplo, onde 18% das decisões já são lideradas por mulheres.

Mecanização nas culturas do setor agrícola nacional – A análise por cultura confirma o papel transversal do trator evidenciando oportunidades específicas de expansão do parque. Os tratores estão presentes em praticamente todas as culturas, enquanto as colheitadeiras revelam uma penetração menor e com variações por culturas (55% na soja, 45% no milho e 35% no algodão). Já os pulverizadores registram 30% de presença na soja e 25% no milho. “Este comportamento demonstra quanto maior o valor agregado do equipamento, menor a presença – no caso das colheitadeiras. Os pulverizadores autopropelidos foram introduzidos no mercado depois e competem com outras estratégias de pulverização”, diz Boschi.

Modelos de acesso e intenção de renovação – Os modelos de acesso às máquinas começam a se diversificar, com a locação ganhando espaço como alternativa estratégica diante do alto custo de aquisição e manutenção. Hoje, 11% das propriedades alugam tratores, 38% recorrem à locação de colheitadeiras e 19% utilizam pulverizadores alugados. “Essa realidade mostra que o produtor está disposto a buscar novas formas de acesso à mecanização para reduzir riscos e ampliar sua flexibilidade operacional, sem abrir mão da produtividade e da atualização tecnológica”, analisa Vinha.

O apetite por renovação também segue em evidência: 55% dos entrevistados pretendem adquirir uma nova máquina nos próximos dois anos, 30% não têm planos e 15% ainda não decidiram. Entre aqueles que planejam comprar, 71% pretendem permanecer fiéis à marca de trator já utilizada. “A intenção de compra está clara; o que falta é remover as travas de crédito e financiamento para transformar essa demanda em negócio efetivo”, complementa Vinha.

Financiamento como gargalo da renovação – O financiamento segue como variável crítica para a mecanização agrícola no Brasil. Os produtores recorrem majoritariamente aos bancos estatais, mas a burocracia permanece como obstáculo recorrente, atrasando processos e retardando a renovação da frota. Esse contexto, somado ao custo elevado dos equipamentos, reforça a presença da locação e abre espaço para soluções financeiras mais ágeis e inovadoras. “O crédito precisa acompanhar o novo ciclo de modernização do campo. Sem mecanismos mais rápidos e acessíveis, a demanda reprimida não se converte em investimento, e o país posterga ganhos de produtividade e competitividade”, analisa Boschi.

O futuro tecnológico da mecanização agrícola – No eixo tecnologia, o campo brasileiro já opera com recursos como GPS, telemetria e agricultura de precisão, mas as expectativas para os próximos anos vão além. O produtor mira em máquinas cada vez mais conectadas, inteligentes e orientadas por dados. Entre os desejos mais citados estão cabines tecnológicas e confortáveis, câmbio automático, sistemas de compactação inteligente do solo, maior precisão por linha e configurações adaptadas a cada cultura. Também ganham destaque sensores para ajustes em tempo real, controle automático de altura de braços e pulverização de alta precisão, apoiada por leitura a laser e soluções autônomas. “A modernização das máquinas agrícolas passará por sistemas inteligentes, integrados, autônomos e maior simplificação para o operador”, diz Boschi.

Tendências de combustíveis no campo – O Panorama 2025 aponta que o diesel seguirá como combustível predominante nos próximos anos, representando 96% da matriz em tratores, 90% em pulverizadores e 86% em colheitadeiras. No entanto, os dados revelam que a transição energética no agro brasileiro já está em curso — ainda incipiente, mas carregada de potencial para redefinir a matriz de abastecimento no médio prazo. Ainda sobre a intenção dos produtores, o etanol desponta como alternativa, alcançando 19% nas colheitadeiras e 13% nos pulverizadores, enquanto o biometano começa a se consolidar, com 9% em tratores e pulverizadores e 11% nas colheitadeiras.

Pós-venda e percepção de marcas – O Panorama 2025 mostra que o pós-venda no campo é marcado pela busca por agilidade e redução de custos, com forte tendência à autossuficiência do produtor. A manutenção preventiva é realizada internamente em 64,8% dos casos, enquanto 28,5% recorrem a concessionárias e 18,2% a oficinas especializadas. Já na manutenção corretiva, 58% das ocorrências são resolvidas pela própria equipe, mas o peso das concessionárias cresce para 48,7%, e as oficinas independentes chegam a 31%. Essa dinâmica influencia diretamente a reputação das marcas: a John Deere aparece na liderança tanto em presença quanto em satisfação, seguida por Jacto e Case IH entre as mais bem avaliadas. Já John Deere e New Holland figuram entre as mais presentes no campo.

Cruzamento dos dados e visão de futuro – A leitura integrada dos resultados reforça a dimensão estratégica do Panorama 2025. O estudo oferece uma visão conectada da realidade e das tendências do setor, permitindo compreender como variáveis de frota, consumo, tecnologia, combustíveis e pós-venda se relacionam e impactam o futuro do agronegócio brasileiro.

O cruzamento dos dados aponta um setor em transição. De um lado, um parque envelhecido e a intenção clara de renovação; de outro, barreiras de crédito e custo que retardam a troca, ao mesmo tempo em que a locação se consolida como caminho de acesso. O apetite tecnológico do produtor — combinado aos primeiros movimentos em etanol e biometano — indica um futuro mais conectado e sustentável. A autossuficiência do produtor no pós-venda é uma realidade, mas nos casos mais complexos o papel das concessionárias se torna decisivo. É nesse momento que a qualidade do suporte técnico impacta diretamente a reputação das marcas e define o nível de fidelização dos clientes. Em síntese, o mercado caminha simultaneamente para a modernização da frota, a inovação nos modelos de acesso e a digitalização das operações, com sustentabilidade ganhando espaço.

Ao combinar a capacidade de cruzar variáveis com metodologia própria de projeção, a [BIM]³ estima que, até 2030 a frota deverá ser cerca de 1,8 milhão de unidades – 1,480 milhão de tratores, 231 mil colheitadeiras e 89 mil pulverizadores, com detalhamento por Estado. “O Panorama 2025 diferencia-se por unir diagnóstico preciso e visão prospectiva, transformando dados em inteligência aplicada que permite antecipar tendências e embasar decisões de investimento, crédito e estratégia comercial em toda a cadeia do agronegócio”, finaliza Boschi.

 

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