Porto Itapoá opera três navios simultaneamente
Com sete portêineres (guindastes sobre trilhos que movimentam contêineres do navio para o cais e vice-versa) operando ao mesmo tempo, o Terminal levou 3h30 para liberar as três embarcações
O Porto Itapoá operou três navios simultaneamente na última semana. Com sete portêineres (guindastes sobre trilhos que movimenta contêineres do navio para o cais e vice-versa) operando ao mesmo tempo, o Terminal levou 3h30 para liberar as três embarcações. O cais de Itapoá possui 800m de comprimento e é capaz de atender até três embarcações ou, o que é mais comum, duas embarcações de porte superior a 330 metros de comprimento.
O diretor de Operações, Tecnologia e Meio Ambiente do Porto Itapoá, Sergni Pessoa Rosa Jr. afirma que estrutura oferecida pelo Terminal é uma das melhores do Brasil para atendimento no cais. “Temos o maior número de portêineres de Santa Catarina e um dos maiores do Brasil. Isso dá mais agilidade para as operações de cais, o que permite trabalhar mais navios e mais rápido”, explica.
Além disso, salienta Rosa Jr., a profundidade de berço do Porto Itapoá é de 17m, o que comporta as maiores embarcações que navegam atualmente no mundo. “Adquirimos o sétimo portêiner no ano passado e, em agosto deste ano, completamos toda a infraestrutura de equipamentos e pessoas para comportar seu funcionamento”, diz.
Os navios
O CMA CGM Amazon é um navio de contêineres que navega com a bandeira de Malta. Com 300m de comprimento de 48m de largura, o navio foi operado por três ternos. Cada terno corresponde a um portêiner, além de todos os equipamentos (caminhões e guindastes) e pessoal que dão suporte ao seu trabalho.
O Mercosul Santos é um navio de contêineres que navega com a bandeira do Brasil. Com 210m de comprimento e 30m de largura, o navio foi operado por dois ternos.
Por fim, o navio BBC Nagasaki navega pela bandeira de Antígua e Barbuda e tem 132m de comprimento por 15m de largura. O navio movimentou uma carga breakbulk, carga projeto que não pode ser acondicionada dentro de um contêiner.
Ampliações futuras
O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, assinou em junho deste ano um protocolo de intenções que tem o objetivo de buscar alternativas para viabilizar a obra de alargamento e aprofundamento do canal de acesso à Baía da Babitonga. O Porto de São Francisco do Sul e o Porto Itapoá integram o acordo, que envolve definir o modelo de financiamento, licenças ambientais, contratação, execução e acompanhamento dos trabalhos. O protocolo de intenções é a primeira etapa para viabilizar o custeio da obra, orçada em aproximadamente R$ 300 milhões. O modelo é inédito no Brasil.
Com a obra de dragagem de aprofundamento e alargamento do canal externo que dá acesso aos Portos de São Francisco do Sul e de Itapoá a profundidade passará dos atuais 14 metros para 16 metros e permitirá a navegação de embarcações de até 366 metros de comprimento. Hoje o complexo portuário recebe navios com até 336 metros de comprimento.
O diretor do Porto Itapoá Sergni Pessoa Rosa Jr. também salienta a ampliação do cais, que passará dos atuais 800m para 1.200m. “Estamos em fase de licenciamento ambiental para essa ampliação, que nos permitirá trabalhar com três embarcações de grande porte simultaneamente”, conclui.
Sétimo terno eleva produtividade
Adquirido no ano passado e iniciando operações em 2024, o novo portêiner do Porto Itapoá já trouxe 15% de aumento de produtividade nas operações dos navios. O sétimo terno do Porto Itapoá entrou em operação com força total em agosto e os resultados já apareceram, segundo Rosa Jr. “A média de movimentos por hora (MPH) de agosto foi de 94 para as operações dedicadas aos navios, um número considerado excelente dentro do setor”, explica Segni.
O MPH é um dos indicadores de eficiência de um terminal portuário. “Chegamos a atingir 197 MPH em alguns momentos do mês, o que mostra que ainda há espaço para evolução”, avalia o diretor. A grande vantagem é a redução do tempo de estadia dos navios atracados, gerando produtividade em cadeia em todo o porto. “O resultado positivo no cais se reflete em toda a operação, melhorando o desempenho para todos os envolvidos”.