Reuso de água: o que é, o que não é e por que é essencial para o futuro do abastecimento

Diante da crescente discussão sobre o uso de água de reuso na Região Metropolitana de São Paulo, a Aquapolo, maior projeto de reuso de água industrial do Hemisfério Sul, reforça a importância de esclarecer o conceito e desfazer mitos sobre o tema. A proposta de ampliar o reuso não tem nada a ver com “colocar esgoto na caixa d’água”. Trata-se de uma tecnologia avançada, segura e reconhecida mundialmente, capaz de transformar água residuária tratada em um novo recurso hídrico para usos industriais e, no futuro, até potáveis, com o devido controle técnico e sanitário.
“Água de reuso não é esgoto. É água tratada que pode chegar a ter alto grau de pureza, que passa por diversas etapas de tratamento físico, químico e biológico, até atingir um padrão de qualidade específico para o uso a que se destina”, explica Márcio José, CEO da Aquapolo. “Entregamos diariamente cerca de 500 litros de água reciclada por segundo para o Polo Petroquímico do ABC, reduzindo a dependência de água potável e preservando os mananciais que abastecem a população.”
Reuso: tecnologia de ponta e segurança comprovada
O sistema de reuso empregado pela Aquapolo segue rigorosos protocolos internacionais de qualidade. A água é captada da Estação de Tratamento de Esgotos da Sabesp no ABC, e passa por processos como ultrafiltração, osmose reversa e desinfecção, garantindo que o produto final seja livre de patógenos e contaminantes biológicos.
“Na prática, estamos reciclando água, o mesmo princípio de quando reciclamos vidro, papel ou plástico. É economia circular aplicada a um recurso vital”, acrescenta o executivo.
Em todo o mundo, o reuso de água é uma realidade consolidada. Mais de 30 milhões de pessoas em países como Cingapura, Estados Unidos, Israel, Namíbia, Espanha e Austrália são abastecidas com água potável produzida a partir de reuso direto, com segurança e total aceitação pública. No Brasil, a Aquapolo é referência e inspiração para outros projetos que buscam enfrentar a escassez hídrica de forma sustentável.
Informar para avançar
A recente proposta da Sabesp de ampliar o reuso para reforçar o abastecimento da região metropolitana do estado marca um avanço importante rumo à adaptação às mudanças climáticas e à segurança hídrica, mas ainda exige informação e conscientização da população.
“O maior desafio não é técnico, é cultural”, afirma Márcio José. “Precisamos quebrar o tabu e mostrar que reciclar água não é retroceder, é evoluir. É usar a tecnologia a favor da vida, do meio ambiente e da própria sociedade.”
Com uma capacidade de produção que representa 16% de todo o reuso industrial do Brasil, a Aquapolo mostra que é possível transformar o que antes era descartado em um insumo estratégico. O projeto evita o consumo de até 10 bilhões de litros de água potável por ano, ajudando a preservar represas e rios e tornando a região mais resiliente às mudanças climáticas.
“Se quisermos garantir água para todos nas próximas décadas, precisamos aprender a olhar para o ciclo da água de forma completa e o reuso é parte essencial desse ciclo”, conclui o CEO da Aquapolo.
Sobre a Aquapolo Ambiental
A Aquapolo é resultado de parceria entre a GS Inima Industrial e a SABESP, desenvolvido como uma solução para gestão hídrica junto ao Polo Petroquímico de Capuava e indústrias da Região do ABC Paulista. Desde 2012, quando iniciou sua operação, o empreendimento já forneceu mais de 125 milhões de metros cúbicos de água de reuso, cujo volume seria suficiente para abastecer uma cidade de 300 mil habitantes pelo mesmo período de 12 anos. Leia mais sobre em: https://www.aquapolo.com.br/






