TCP amplia calado operacional e poderá embarcar até 400 TEUs adicionais por navio

TCP amplia calado operacional e poderá embarcar até 400 TEUs adicionais por navio

O novo limite de 13,30 metros eleva a capacidade operacional do terminal e coloca a TCP à frente dos principais portos concorrentes da região Sul 

TCP amplia calado operacional e poderá embarcar até 400 TEUs adicionais por navio

A TCP, empresa que administra o Terminal de Contêineres de Paranaguá, passa a operar com calado de até 13,30 metros, ampliação que permite transportar cerca de 400 TEUs adicionais de contêineres cheios por embarcação. A atualização — formalizada pela Portos do Paraná por meio da Portaria nº 224/2025 e aprovada pela Marinha do Brasil e pela Praticagem — é apoiada pelos estudos de simulação contratados pela TCP, conduzidos em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), a partir da conclusão da última campanha de derrocagem promovida pela portos do paraná.

Os novos limites de calado foram definidos conforme o porte das embarcações e divididos em duas condições operacionais: maré zero e maré positiva. Para navios de até 300 metros de comprimento (LOA), o calado a maré zero passa de 12,80 para 13,00 metros, podendo chegar a 13,30 metros com 30 centímetros de maré positiva.

Já os navios de 336 a 366 metros mantêm o limite de 12,80 metros em maré zero, mas passam a operar com 13,10 metros com 30 centímetros de maré positiva e com o calado máximo de 13,30 metros quando a maré alcançar 50 centímetros — níveis superiores aos praticados por terminais catarinenses, que operam com calados entre 11,00 m e 12,20 m, dependendo do porte das embarcações.

“Na prática, quanto maior o calado autorizado, mais carga o navio consegue transportar por viagem, gerando ganho direto de eficiência para armadores, importadores e exportadores, sem acréscimo de custos operacionais”, explica Rafael Stein, superintendente institucional e jurídico da TCP. “Por isso, esta ampliação representa mais do que uma conquista operacional: trata-se da validação de um trabalho meticuloso de engenharia náutica, que permite à TCP expandir sua capacidade de transporte com total segurança”.

A TCP já opera navios de 366 metros desde janeiro de 2024, quando recebeu o MSC Natasha XIII, primeiro porta-contêineres desse porte a atracar em um terminal brasileiro. Embarcações da mesma dimensão passaram a escalar Paranaguá desde então, mas ainda não utilizavam sua capacidade plena devido às restrições de profundidade. Com o novo calado autorizado pela Portos do Paraná, esses navios devem escalar o terminal com regularidade e passarão a deixar o terminal mais carregados, com melhor aproveitamento de lastro, carga e janela de maré.

A aprovação desses novos parâmetros está sustentada pelos estudos técnicos conduzidos no Centro de Simulação e Treinamento em Manobras Marítimas da Escola Politécnica da USP, que utilizou modelagem matemática avançada e simuladores de alta precisão para testar cenários de atracação e desatracação em diversas condições de vento, corrente e maré, incluindo embarcações de até 368 metros de LOA e 51 metros de boca. As simulações contaram com a participação de equipes técnicas da TCP, Portos do Paraná, Marinha do Brasil e Sindicato dos Práticos, assegurando rigor técnico e segurança na definição dos novos limites operacionais.

Como parte das melhorias implementadas, os estudos também indicaram a necessidade da instalação de um sensor adicional nos marégrafos utilizados para monitoramento das condições de maré, investimento que foi realizado em parceria entre a TCP e a Paranaguá Pilots, beneficiando todo o segmento portuário. Essa medida reforça a confiabilidade das informações fornecidas aos práticos, garantindo maior precisão na definição das janelas de atracação e aumentando a segurança da navegação. Para Julio Verner, Presidente do Sindicato dos Práticos, “O estudo e os investimentos recentes foram fundamentais para ampliar o calado operacional com segurança. Essa evolução assegura condições ideais para operações com embarcações de grande porte, reduz riscos em manobras complexas e consolida Paranaguá como um porto preparado para atender às exigências da nova geração de navios. É um avanço que alia tecnologia, planejamento e segurança.”

Investimentos estruturais garantiram os avanços

Desde 2024, o calado operacional do canal de acesso passou de 12,10 para 12,80 metros a maré zero após a remoção de aproximadamente 20 mil metros cúbicos de rochas nas Pedras Palanganas. O material, fragmentado, foi doado a municípios do litoral para obras públicas. Todo o processo foi executado com medidas preventivas, mitigatórias e monitoramentos periódicos da fauna, flora e qualidade da água.

Gabriel Perdonsini Vieira, Diretor de Operações da Portos do Paraná, reforça o impacto estratégico dos investimentos: “Um dos grandes diferenciais que nós tivemos esse ano foi o aumento do nosso calado operacional. Passamos a ter 13,3m para exportação e importação de granéis sólidos e agora o aumento para 13,3m no segmento de contêineres. Este é um grande diferencial do nosso porto, pois traz mais competitividade e com certeza influencia nos excelentes resultados de movimentação. Estamos aumentando o calado operacional para embarcar e receber mais cargas e atracar navios maiores, tornando assim o nosso complexo cada vez mais atrativo e mais competitivo”.

O aumento do calado também ocorre em um momento de transformação estrutural do canal de acesso. Em outubro, foi realizado o leilão de concessão do canal, que prevê ampliar a profundidade para 15,5 metros nos cinco primeiros anos de contrato, além de modernizar a sinalização náutica, executar novas dragagens, promover ações ambientais e aprimorar a infraestrutura aquaviária. O investimento estimado do Porto de Paranaguá é de R$ 1,23 bilhão, acompanhado de uma redução de 12,63% na taxa Inframar paga pelas embarcações, benefício que depende do cumprimento das metas previstas no contrato.

“Com a futura ampliação do canal para 15,5 metros, Paranaguá se posicionará entre os principais portos de águas profundas da América do Sul. A autorização atual já gera ganhos imediatos e é um passo decisivo para receber a nova geração de porta-contêineres que deve dominar as rotas globais nos próximos anos”, completa Stein.

A TCP encerrou o primeiro semestre de 2025 com 744.650 TEUs movimentados, permanecendo como o maior terminal de contêineres do Sul do Brasil e o terceiro maior do país, segundo o Estatístico Aquaviário da ANTAQ. A ampliação do calado reforça sua posição como hub estratégico do comércio exterior e consolida sua preparação para operar embarcações de grande porte com ainda mais eficiência.

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