Tecnologia acelera obras de pontes e viadutos no Rodoanel Norte de São Paulo
No primeiro trecho, entre as rodovias Presidente Dutra e Fernão Dias, existem mais de 100 estruturas; algumas possuem até 50 metros de altura

As obras do Rodoanel Norte de São Paulo avançam em ritmo acelerado após anos de paralisação. Iniciada há mais de uma década e interrompida por cerca de seis anos, a construção foi retomada em 2024 e segue em uma de suas fases mais desafiadoras: a reforma e construção de mais de 100 pontes e viadutos, alguns com até 50 metros de altura.

Para essa etapa, está sendo utilizada a tecnologia QuikDeck, sistema de acesso suspenso de uso exclusivo da Orguel, empresa com forte presença nacional nos setores de engenharia e infraestrutura. Formado por uma plataforma modular sustentada por correntes, com piso plano e rígido, o sistema permite que as equipes trabalhem em altura com estabilidade e segurança.
“Boa parte das pontes e viadutos já existiam no Rodoanel Norte de São Paulo, mas o tempo e as intempéries causaram danos significativos. E o QuikDeck tem sido fundamental para permitir acesso a essas estruturas e recuperá-las com segurança e dentro do prazo”, explica Sérgio Guerra, CEO da Orguel. “Estamos reforçando nossa presença em grandes obras de infraestrutura pelo país e demonstrando, mais uma vez, nossa expertise no fornecimento de soluções de engenharia para o setor”, complementa.

O engenheiro Carlos Henrique Siqueira, conhecido como o “pai” da Ponte Rio-Niterói, frisa: “uma obra em altura, sobretudo sobre o mar, não é brincadeira”. Ele lembra que o QuikDeck já foi decisivo em reparos de pontes no Brasil: “o QuikDeck surgiu como uma estrutura salvadora. Ela já foi a salvação do reparo”, acrescenta.
No coração de São Paulo
A tecnologia já foi utilizada em importantes obras pelo país, incluindo a revitalização do Viaduto Santa Ifigênia, no centro histórico de São Paulo. No projeto, o QuikDeck permitiu acesso integral à estrutura centenária sem interditar o tráfego da Avenida Prestes Maia nem o trânsito de pedestres sobre o viaduto.
Com 232 metros de comprimento e 13,5 metros de largura, o monumento – tombado pelo patrimônio histórico – apresentava armaduras corroídas, fissuras, infiltrações e falhas no sistema de drenagem. A estrutura passou por recuperação do revestimento, reconstrução da laje e impermeabilização, medidas que evitam novas infiltrações e garantem a segurança da via.
Manutenção preventiva é essencial

Sérgio Guerra alerta ainda para a importância de se investir em inspeções regulares e manutenção preventiva. “A cultura do conserto apenas quando o problema aparece precisa mudar. Monitoramento contínuo e controle de cargas são medidas fundamentais para evitar acidentes e prolongar a vida útil das estruturas”, enfatiza o CEO da Orguel.
A deterioração de pontes e viadutos no Brasil é resultado de uma combinação de fatores, como falta de manutenção regular, envelhecimento da infraestrutura, aumento do tráfego e sobrecarga das estruturas. Há também problemas como a fiscalização deficiente e a falta de monitoramento contínuo destas estruturas.






