Tecnologia será fator-chave para Brasil chegar a 99% de acesso à água potável até 2033
Sediada em Jundiaí, Automa Power criou um software que monitora em tempo real o que é “invisível”, como pressão de bombas e vazamentos em potenciais, além de atuar na prevenção de desastres ambientais. O objetivo final é reduzir o desperdício de água no país
A cada 100 litros de água captados e tratados no Brasil, quase 40 são perdidos antes de chegar à torneira do consumidor, segundo dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). Esse nível de desperdício, que custa anualmente bilhões de reais ao país, é um dos maiores obstáculos para que o Brasil cumpra a meta do Marco Legal do Saneamento, de garantir o acesso à água potável para 99% da população até 2033. Para superar esse desafio, o setor vive uma corrida contra o tempo para uma adaptação que não resolverá apenas com novas obras, mas sim com o uso estratégico da tecnologia.
Referência em software para o setor energético, a Automa Power, empresa de tecnologia para gestão, controle e monitoramento de operações de infraestrutura básica, encontrou uma oportunidade de levar mais inteligência para o processo de captação e distribuição, que impactará diretamente o consumo final. A companhia, em parceria com a Elipse, desenvolveu uma solução de software que funciona como um sistema nervoso central para toda a cadeia de abastecimento de água.
“Nossa tecnologia integra, em uma única plataforma, as informações coletadas por sensores existentes em pontos estratégicos da rede, permitindo enxergar em tempo real os dados mais críticos: pressão das bombas, nível dos reservatórios, concentração de produtos químicos e, principalmente, as variações que podem indicar perdas de água”, Fernanda Faria, Coordenadora de Projetos da Automa Power. “Dessa forma, o sistema acelera a identificação de falhas e dá suporte à tomada de decisão, permitindo que as equipes de campo atuem mais rapidamente para reduzir perdas.”
A eficiência gerada é a métrica principal, mas o impacto da tecnologia pode ir ainda além. Ao monitorar a rede, a solução garante a qualidade da água que chega às casas e atua na prevenção de tragédias, evitando, por exemplo, o rompimento de adutoras que podem causar acidentes fatais e grandes desastres ambientais. Sendo assim, a tecnologia se torna uma grande aliada das concessionárias, transformando um sistema analógico em uma rede inteligente e resiliente.
“Temos certeza que os softwares não serão mais um ‘acessório’ no setor de saneamento, mas sim um motor de propulsão em direção às metas dos próximos anos. Não podemos pensar em expandir a rede e levar água para milhões de brasileiros sem antes resolver o problema do desperdício de quase 40%. E esse salto será impulsionado se incluirmos dados em tempo real e uma supervisão proativa que só a tecnologia pode oferecer”, finaliza Fernanda.
