Vidro 70% reciclado é lançado na Glass South America 2025
Produto apresentado na principal feira do setor é o primeiro com baixo carbono produzido na América do Sul
Esforços da sociedade civil e da indústria vidreira vêm impactando o movimento por um futuro mais sustentável para o planeta. Grandes players do mercado atuam para conciliar os interesses da indústria nacional e do meio ambiente. É o caso da Cebrace, que lançou na Glass South America — evento referência do setor — o Cebrace Atmos, primeiro vidro de baixo carbono produzido na América do Sul. O produto é feito com fontes energéticas renováveis e 70% de material reciclado, o que possibilita a diminuição da emissão de carbono incorporado — o total de CO₂ utilizado durante todas as etapas da produção. O resultado é a redução de 50% na emissão de gases de efeito estufa quando comparado com o vidro tradicional.
O material usado no processo de reciclagem é proveniente de diferentes origens e engloba processos fabris da própria empresa, de clientes e da prática de demolições. O novo vidro pode ser aplicado em diferentes projetos comerciais e residenciais, unindo eficiência energética, design e responsabilidade ambiental. Outro ponto importante é o uso de energias renováveis na fabricação do produto. É importante ir além da reciclagem e também “fomentar o uso de energia limpa para que esse tipo de energia seja majoritária”, especialmente no Brasil, onde a maioria das fontes energéticas utilizadas são não renováveis, explica Vinicius Balani, Gerente de Desenvolvimento de Produtos e Sustentabilidade da Cebrace.
“O Cebrace Atmos representa um marco para a indústria vidreira nacional. Ele mostra que é possível aliar inovação e sustentabilidade de forma concreta, entregando ao mercado um produto que mantém a performance e o design de sempre, mas com um impacto ambiental significativamente menor”, complementa.
Transparência Sustentável
A sustentabilidade ainda foi tema de palestra na Arena de Conteúdo durante a feira. O painel “Transparência Sustentável – O papel dos materiais na descarbonização da construção civil”, ministrado pelo próprio Balani, abordou os impactos da construção civil no meio ambiente. Segundo ele, os benefícios de tais soluções são inúmeros. Desde um menor gasto na produção até uma maior vida útil de produtos e, no caso dos edifícios sustentáveis, uma menor deterioração ao longo do tempo.
A palestra ressaltou que o compromisso das empresas com o meio ambiente deve ser definitivo e transparente, visto que o setor da construção civil é um dos mais poluentes. O debate vem em momento oportuno, diante da iniciativa recente do Ministério da Fazenda de implementar o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE). A medida busca regulamentar e guiar questões relacionadas à emissão de carbono no país, incluindo o setor de construção civil.