O agro como inspiração: lições do campo para acelerar vendas e bater metas até o fim do ano
Executivos destacam como estratégias digitais e programas de fidelização do setor agrícola podem orientar empresas de diferentes segmentos

O último trimestre do ano é decisivo para o desempenho das empresas. Com o calendário recheado de datas sazonais, como Black Friday e Natal, os negócios têm a oportunidade de acelerar as vendas e fechar 2025 com saldo positivo. Mas, para transformar potencial em resultados, é preciso estratégia.
O cenário é favorável: de acordo com pesquisa da CNDL/SPC Brasil (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 71% dos consumidores brasileiros compram online ao menos uma vez por mês, enquanto 119 milhões de pessoas realizaram compras pela internet no último ano. Além disso, o comportamento de consumo está cada vez mais digital e independente. Segundo levantamento da Gartner, mais de 60% dos compradores B2B já preferem realizar transações sem interação direta com vendedores, e a tendência é que 80% das interações comerciais sejam digitais até o final de 2025.
Nesse contexto, líderes empresariais do setor agrícola destacam caminhos essenciais para fortalecer a presença online, conquistar a confiança do consumidor e se preparar para os momentos de maior movimento no varejo.
Confira as dicas:
Do campo ao varejo: o que diferentes setores podem aprender
O agronegócio, setor historicamente tradicional, já abraçou o universo digital e se tornou referência para outros segmentos. Marketplaces agrícolas têm mostrado que estratégias bem direcionadas geram resultados ao combinar três pilares: entender o timing de consumo (respeitando janelas de plantio e colheita), oferecer acesso facilitado a crédito (com modalidades que são habituais do setor, como a CPRF) e apostar em programas de fidelização que incentivam a recorrência.
Para o varejo online, a lição é clara: alinhar campanhas a datas estratégicas, criar opções flexíveis de pagamento — do carnê digital ao Buy Now, Pay Later — e recompensar clientes por engajar e comprar pode ser decisivo para aumentar conversão e retenção. “O sucesso do agro no digital não vem de uma única iniciativa, mas da soma de fatores que atendem de forma prática às necessidades do cliente. Esse modelo pode inspirar outros setores a adaptar suas ações e aproveitar o potencial crescente do comércio online”, destaca Ivan Moreno, CEO da Orbia, maior plataforma digital do agronegócio na América Latina.
A digitalização também vem transformando o mercado de máquinas agrícolas, e a parceria entre a YANMAR e a plataforma Broto, do Banco do Brasil, é exemplo disso. Desde 2024, a colaboração resultou na venda de sete equipamentos, somando quase R$ 8 milhões em transações, com destaque para tratores de 24 a 75 cavalos e miniescavadeiras — cada vez mais presentes no campo. As vendas alcançaram produtores de diferentes estados e mostraram como os marketplaces ampliam o alcance e influenciam decisões de investimento.
Segundo o Broto, 43% dos mais de 100 mil produtores da base já usam o ambiente digital como fonte de informação, mesmo quando a compra não se concretiza online. “Hoje em dia, independente do tamanho ou porte do produto, é totalmente possível vender no ambiente digital, o que abre portas para uma infinidade de oportunidades para empresas de diferentes portes e perfis”, destaca Igor Souto, supervisor de marketing da YANMAR South America.
Mais do que um movimento passageiro, a digitalização do agronegócio reforça uma mudança estrutural no modo de fazer negócios no Brasil. Com consumidores cada vez mais conectados e dados orientando decisões, o sucesso das vendas até o fim do ano dependerá da capacidade das empresas em integrar tecnologia, conveniência e relacionamento em suas estratégias comerciais.






