Por que grandes construtoras ainda usam sistemas dos anos 80 – e como a nova geração de tecnologia está mudando esse cenário

Por que grandes construtoras ainda usam sistemas dos anos 80 – e como a nova geração de tecnologia está mudando esse cenário

(*) Por Thomas Buettner, cofundador da Paggo, uma conta digital inteligente que simplifica a gestão financeira de incorporadoras, construtoras e loteadoras

Por que grandes construtoras ainda usam sistemas dos anos 80 – e como a nova geração de tecnologia está mudando esse cenário

A gestão financeira na construção civil ainda opera, em muitos casos, como se estivéssemos nos anos 80. É comum encontrarmos incorporadoras, loteadoras e construtoras que dependem de sistemas antigos e pouco integrados para organizar informações essenciais do negócio. Essa realidade não se restringe apenas à construção civil – a defasagem tecnológica é uma dor de toda a indústria, afetando outros setores, como o de máquinas, agrícola e o industrial, onde a falta de modernização compromete a eficiência e competitividade.

E, ao contrário do que se possa imaginar, esse atraso em tecnologia vai além de uma escolha pessoal ou de conveniência – ela reflete a falta de soluções que atendam plenamente os desafios do mercado, que acabam gerando impactos reais na saúde financeira das empresas.

O cenário atual revela uma operação fragmentada. Em cada obra, múltiplos fornecedores enviam documentos por diferentes canais – e-mails, PDFs e até em papel físico – e a entrada desses dados costuma ser feita manualmente em sistemas de gestão antigos. Sem uma integração adequada, a confiança nos relatórios financeiros fica comprometida. Não é raro ouvirmos de sócios dessas empresas que eles simplesmente não confiam nos números apresentados. E não é para menos: com dados dispersos e processos manuais, a margem para erro aumenta exponencialmente.

Essa insegurança gera uma série de problemas práticos: será que as empresas estão cobrando corretamente seus clientes? Os pagamentos aos fornecedores estão sendo feitos dentro do prazo? Há vulnerabilidade a fraudes? Essas perguntas sem respostas precisas se traduzem em riscos reais para a sustentabilidade financeira.

Mas se são notórios esses desafios, porque ainda estamos presos a sistemas antigos? Existem duas grandes razões para essa defasagem tecnológica. A primeira é estrutural e extrapola o setor da construção civil. Os sistemas de gestão empresarial (ERPs) que centralizam as informações financeiras foram desenvolvidos entre os anos 1970 e 1990. Por mais que tenham recebido atualizações ao longo do tempo, sua base tecnológica continua rígida e difícil de integrar com ferramentas modernas.

A segunda razão é específica do setor. Ao longo do tempo, surgiram soluções para atender demandas pontuais – como controle de cronograma, planejamento de obra e medição de serviços – mas que sempre orbitam os sistemas legados. O resultado é uma operação ainda mais fragmentada. Não é incomum que incorporadoras de médio porte utilizem mais de 30 softwares diferentes para gerenciar suas operações diárias.

Além disso, a complexidade inerente à construção civil – em que cada projeto é único e as regras contábeis são específicas – dificulta a criação de uma plataforma que resolva múltiplas dores de forma integrada. Não é à toa que poucas empresas de tecnologia se arriscam a enfrentar esse desafio.

A consequência mais visível dessa defasagem tecnológica é a dificuldade de adaptação às mudanças do mercado. Sistemas antigos têm ciclos de desenvolvimento longos e pouco flexíveis, tornando as empresas menos ágeis para responder a novas demandas e inovações.

Outro grande problema é a falta de integração com tecnologias modernas. Sistemas projetados antes da era digital não foram feitos para operar na nuvem, serem acessados por dispositivos móveis ou dialogar com ferramentas de inteligência artificial. Isso impede que as empresas aproveitem os avanços tecnológicos que poderiam automatizar tarefas e aumentar a eficiência operacional.

E o impacto vai além do operacional: a falta de dados confiáveis e atualizados prejudica a tomada de decisões estratégicas. Resumindo, sem uma visão clara e consolidada do fluxo de caixa, da inadimplência e dos riscos de pagamento, executivos são obrigados a agir no escuro.

Felizmente, uma nova geração de soluções tecnológicas está mudando esse cenário. Estamos vivendo avanços significativos em quatro frentes principais:

1.  Leitura inteligente de documentos: Ferramentas de extração de dados automatizando o processamento de contratos, notas fiscais e boletos, reduzindo erros e acelerando a conferência manual.
2.  Plataformas modernas em nuvem: Soluções 100% baseadas na nuvem que permitem o acesso remoto, além de automações inteligentes e interfaces mais intuitivas, aumentando a produtividade das equipes.
3.  Novos modelos regulatórios no sistema financeiro: A regulamentação do Banco Central permitindo que Instituições de Pagamento realizem cobranças e pagamentos de forma mais ágil e segura em relação aos bancos tradicionais.
4.  Inteligência Artificial aplicada à gestão: Ferramentas baseadas em IA atuam como co-pilotos financeiros, automatizando tarefas e fornecendo insights em tempo real para apoiar a tomada de decisões.

Um exemplo dessa atuação no mercado é o da Paggo, uma conta digital inteligente desenvolvida para automatizar rotinas críticas financeiras de incorporadoras, construtoras e loteadoras. Na prática, ela realiza a coleta de boletos e notas fiscais diretamente da fonte, usando inteligência artificial para processar esses documentos com mais de 90% de eficiência em relação ao tempo manual.

Além disso, possui processos automatizados como contas a pagar, cobrança de clientes e gestão de tesouraria, que economizam mais de 80% do tempo gasto nessas tarefas. Integrada aos sistemas de gestão já existentes, a solução consolida dados financeiros em tempo real, oferecendo uma visão completa e confiável do fluxo de caixa dessas empresas do setor construtivo, com o benefício adicional de rendimento de 100% do CDI sobre o saldo em conta.

Para executivos do setor, isso significa mais transparência, agilidade e segurança nas decisões. Além de ser um belo exemplo de como finalmente é possível modernizar a gestão financeira e deixar, de vez, os anos 80 para trás.

Por que grandes construtoras ainda usam sistemas dos anos 80 – e como a nova geração de tecnologia está mudando esse cenário

Thomas Buettner é MBA pela The Wharton School e mestre em Relações Internacionais pelo The Lauder Institute – University of Pennsylvania. Formou-se em Engenharia Mecânica Industrial pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

Atualmente é cofundador da Paggo, onde atua desde abril de 2022, liderando o desenvolvimento de tecnologias financeiras para a construção civil. Anteriormente, trabalhou na McKinsey & Company no Brasil e nos Estados Unidos e liderou operações na Rappi em Bogotá.

 

Empresa: Paggo
Website: www.paggo.com.br

 

 

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