Ponsse avalia perfil do mercado de máquinas de colheita florestal no Brasil
Investimento no setor deve chegar a R$ 61,9 bilhões até 2028, segundo dados da IBÁ
O mercado florestal brasileiro é uma força econômica e ambiental. Com vastas áreas de florestas, o Brasil desfruta de um mercado florestal diversificado que abrange a produção para diversos fins industriais, como madeira serrada, painéis, e celulose e papel, contribuindo significativamente para a economia. Nesse cenário, as máquinas florestais desempenham um papel fundamental na colheita florestal , garantindo eficiência, segurança e práticas sustentáveis na operação.
Para contextualizar, segundo dados da Ibá (Indústria Brasileira de árvores), principal associação do setor, o mercado florestal brasileiro possui cerca de 9,93 milhões de hectares de florestas plantadas. E o investimento do setor deve chegar a R$ 61,9 bilhões até 2028.
Somente em 2021, o setor investiu R$15,1 bilhões, 19,9% acima de 2020, segundo o relatório formatado pela Ibá. Destes, R$ 6,6 bilhões foram para investimentos florestais, uma alta de quase 41%, em relação ao ano anterior. O foco principal foi a renovação de máquinas e equipamentos, com participação de 83,3% (3,8 p.p. acima de 2020).
Peculiaridades brasileiras
Segundo o gerente executivo Comercial e de Marketing da Ponsse Brasil, Rodrigo Marangoni, a inteligência de mercado da fabricante finlandesa Ponsse estima que o Brasil tenha uma frota de cerca de 3 mil máquinas florestais. Mas o que difere o mercado de máquinas florestais do Brasil com outros lugares do mundo? Para entender melhor esse cenário, é preciso conhecer as peculiaridades do mercado florestal brasileiro.
Aqui temos predominantemente 2 espécies de árvores, que são plantadas para fins comerciais: eucalipto e pinus. São espécies exóticas à flora brasileira, mas que se adaptaram muito bem às condições de solo, clima e relevo locais.
Diferente de outros lugares do mundo, a produção florestal está concentrada em áreas de grandes empresas. Ou seja, o número de produtores independentes de florestas é muito inferior, quando comparado com outros países de cultivo florestal. Isso faz com que a frota de máquinas esteja concentrada nesse perfil de cliente industrial.
“O Brasil possui uma quantidade importante de grandes clientes que concentram frotas de colheita com mais de 50 equipamentos. Em outros lugares do mundo, como a Finlândia, é comum que essa frota esteja pulverizada em pequenos produtores, ou famílias, com 2 equipamentos, por exemplo”, disse o Gerente executivo da Ponsse.
Além disso, aqui no Brasil, mais de 30% da madeira plantada é destinada à produção de celulose, segundo a Ibá. Com isso, há uma predominância de operações com madeira descascada. Para atender esse mercado, as empresas desenvolveram cabeçotes para harvesters que além de colher a árvore, são capazes de realizar o processamento dela, removendo galhos, ponteiras e a casca, principalmente o eucalipto.
Outro fator importante de se destacar é que no Brasil existem diferentes sistemas de colheita florestal. O mais comum é o CTL, que é a sigla para “Cut-to-Length”, ou corte no comprimento. Este método consiste no corte e processamento da madeira em toras ainda dentro da floresta. “Acredita-se que são cerca de 2 mil máquinas operando neste sistema aqui no país”, aponta Marangoni.
Dentro desse cenário ainda é importante destacar, de acordo com Rodrigo, que mais uma peculiaridade brasileira é a adaptação de máquinas, inicialmente feitas para outros propósitos, para o mercado florestal. Como é o caso das escavadeiras, que podem ser adaptadas com cabeçotes de harvester e processamento.
“Mesmo com estudos recentes que demonstram que harvesters de pneus (purpose built) entregam melhores resultados de colheita, que vão desde ergonomia, segurança, maior produtividade e menor custo operacional por metro cúbico entregue à indústria, no Brasil ainda acredita-se que o investimento mais baixo de aquisição da escavadeira resulta em um menor custo por metro cúbico de madeira. Com isso, o volume de máquinas purpose built, que são feitas especificamente para o trabalho florestal, ainda é baixo no país”, comentou Marangoni.
Relevância do mercado
Todas estas características são bastante peculiares e fazem do mercado brasileiro de máquinas florestais diferente de todos os outros mercados ao redor do mundo. “Este cenário traz muitos desafios mas também muitas oportunidades. As oportunidades vão desde necessidades de desenvolvimento de produtos específicos a outras soluções para suportar a gestão de operações com frotas tão grandes e diversas”, disse Rodrigo.
Devido principalmente ao uso de escavadeiras adaptadas, o principal produto do mercado de colheita florestal é o cabeçote de harvester. Rodrigo adiciona que tamanha é a robustez que o Brasil disputa a liderança global no mercado de cabeçotes avulsos.
Dessa forma, o mercado brasileiro tem uma importância muito grande no que diz respeito a máquinas florestais, tanto por desafiar o desenvolvimento de soluções – máquinas, serviços, peças e soluções digitais – como por ter um potencial de se tornar um dos maiores mercados de máquinas florestais do mundo. Transitando pela evolução de uso de máquinas purpose built e com isso, podendo se tornar, somando forwarders e harvesters, um dos maiores mercados consumidores de máquinas de colheita.
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