Uso de drones no setor agroflorestal aumenta 400% no Brasil
Nova legislação facilita aplicação da tecnologia e acelera crescimento do setor
Sabia que o uso de drones para pulverização no Brasil aumentou quase 400% em três anos? De acordo com um levantamento promovido pela MundoGEO, organizadora da DroneShow Robotics, que aconteceu de 21 a 23 de maio, em São Paulo, o número de equipamentos de pulverização saltou de 5 mil em 2023 para 12 mil em 2024.
A revista EaeMáquinas conversou com o fundador e CEO da MundoGEO, plataforma de atualização tecnológica, conexão da comunidade e criação de negócios, Emerson Granemann, que falou sobre o uso da tecnologia no país.
Segundo Granemann, a agricultura de precisão é um dos setores que têm usufruído dos benefícios dos drones, pois o equipamento atende às necessidades dos produtores rurais ao captar dados precisos sobre o terreno, produção e colheita. Confira a íntegra:
EaeMáquinas – Vemos que a tecnologia de ponta já é uma exigência do agronegócio, como o mercado de drones tem se desenvolvido para atender essa demanda?
Granemann – O setor de drones tem viabilizado a aplicação do conceito de agricultura de precisão, pois permite obter dados precisos do terreno e da produção para diversos tipos de necessidades do produtor rural.
EaeMáquinas – Há especificidades técnicas para um equipamento que atua no setor agrícola? O que é preciso observar como um diferencial em drones que atuam contribuindo com o trabalho no agronegócio?
Granemann – Existem dois tipos de drones disponíveis para a área agrícola. Um modelo de asa fixa com sensores integrados para monitorar o relevo e detectar doenças do cultivo, além de outros maiores com asas rotativas para realizar a pulverização sempre que necessário.
EaeMáquinas – É possível estimar percentualmente o impacto do uso de drones na agricultura, se comparada a outro setor da economia?
Granemann – No Brasil, o maior mercado de drones é para o setor agroflorestal, se comparado às outras aplicações para mapeamento de cidade e meio ambiente, inspeções e logística. A Drone Industry Insights, empresa especializada em pesquisas nesse setor, estima que o mercado global de drones deverá passar de US$ 30,6 bilhões em 2022 para US$ 55,8 bilhões em 2030, com um crescimento anual de quase 8%. Dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mostram que, atualmente, há mais de 52 mil registros de drones profissionais e cerca de 8,5 mil companhias em atividade ligadas a esses equipamentos. Só esses números mostram a força do setor e a grande capacidade que tem de movimentar a economia.
EaeMáquinas – Quando falamos de perfil de quem compra e utiliza os drones no segmento do agronegócio, os produtores rurais estão se especializando para a operação dos equipamentos ou terceirizam esse trabalho?
Granemann – A maioria ainda usa companhias terceirizadas. Mas a utilização pelo produtor é muito maior devido à facilidade na operação cada vez mais automatizada.
EaeMáquinas – Em relação a legislação e regulamentação hoje, o que já é permitido fazer?
Granemann – Em 2023, a Anac publicou a Resolução n.º 710, que simplificou regras na aplicação de agrotóxicos, adjuvantes, fertilizantes, inoculantes, corretivos e sementes em áreas desabitadas. Dessa forma, qualquer drone, independentemente do peso máximo de decolagem, poderá fazer essas atividades, desde que esteja a uma altura máxima de 400 pés (0,12 km) e sempre com o piloto em contato visual. As novas regras devem impulsionar a procura e a compra de equipamentos específicos para pulverização, seja por parte dos produtores rurais, seja por empresas que prestam esse tipo de serviço.
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