Agricultores e comunidades tradicionais debatem alternativas para restaurar biomas e produzir alimentos

Agricultores e comunidades tradicionais debatem alternativas para restaurar biomas e produzir alimentos

Agricultores e comunidades tradicionais debatem alternativas para restaurar biomas e produzir alimentos

Auditório lotado para debater a agricultura resiliente, regenerativa, a produção de alimentos e a restauração dos biomas brasileiros. O primeiro dia do Fórum Internacional da Agricultura e Comunidades Tradicionais reuniu mais de 300 pessoas na AgriZone, na Embrapa de Belém, nessa quinta-feira (13/11).

 Agricultores e comunidades tradicionais debatem alternativas para restaurar biomas e produzir alimentos

Representações da agricultura familiar, povos e comunidades tradicionais, ONGs, gestores públicos, pesquisadores e instituições brasileiras e internacionais participam do evento, que vai até 17 de novembro. O fórum é realizado pelas Secretarias de Estado de Agricultura Familiar (Seaf/PA), de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas/PA) e Instituto de Pesquisa Ambiental de Amazônia (Ipam).

Quatorze painéis temáticos, que abordam temas como sistemas agroflorestais, agroindustrialização, pagamentos por serviços ambientais, sociobioeconomia, mercado, mecanização na agricultura familiar, protagonismo feminino, juventude e sucessão familiar, entre outros, fazem parte da programação do fórum.

O objetivo do fórum, de acordo com Lucimar Souza, do Ipam, é mostrar soluções implementadas pela agricultura familiar e comunidades tradicionais que podem contribuir para a transição climática no Sul Global. “É um espaço onde agricultores, pescadores, quilombolas e ribeirinhos estão apresentando o que fazem na prática, suas soluções para a transição climática”, afirmou.

A abertura do evento contou com a participação do ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), gestores da secretarias de Estado da Agricultura Familiar, Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade, Embrapa, Ipam, Confederação Nacional de Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares, Conselho Nacional das Populações Extrativistas, Coordenação Estadual das Associações das Comunidades Remanescentes de Quilombo do Pará e outras entidades representativas.

Participação e diversidade de público

“A participação maciça do público celebra e concretiza o objetivo maior da Agrizone, que é colocar as agriculturas em sua diversidade no centro das discussões da COP”, afirma Ana Euler, da Embrapa. Ela acrescenta que a proposta do governo é trazer o debate da Conferência para a sociedade, promover o diálogo e compreensão sobre os públicos mais vulneráveis que não podem ser invisibilizados. “Essa é a COP do Brasil, a COP da verdade, a COP da implementação”, afirmou.

Na plateia do Fórum, o agricultor Benedito Nogueira de Souza ouvia atentamente e participava do debate. Aos 80 anos, o agricultor de Cametá, no Pará, reconhece a relação da produção e da manutenção da floresta. “Acabou o verde, acabou a vida do ser humano. E é por isso que nós estamos aqui discutindo e lutando para conservar as nossas matas em pé”, afirmou o agricultor.

Ele, que produz mandioca, cupuaçu e bacuri, criou os nove filhos com a renda exclusiva da agricultura familiar. Apesar da idade, Benedito planeja melhorias para a casa de farinha, não para si, mas para seus filhos, destacando a importância da sucessão familiar no campo. “Não é para mim, é para os meus filhos, que vão continuar essa produção”, afirmou.

Agroflorestas e restauração inclusiva

No período da tarde de quinta-feira (13), um dos painéis teve como tema “Sistemas Agroflorestais e Restauração Inclusiva: Alternativas para a Transição Climática”, reunindo especialistas de diferentes instituições e países. Sob a moderação de Débora Veiga (Embrapa), participaram Vicente Cirino (Instituto Vida em Sintropia da Amazônia), Ivanice Carvalho (Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca do Pará – Sedap), Juan Pablo Puentes (ONF Andina) e Anabele Gomes (Rede de Sementes do Cerrado).

Os painelistas apresentaram experiências de sistemas agroflorestais (SAFs) que aliam produção de alimentos, recuperação ambiental e geração de renda — incluindo iniciativas de manejo integrado com pecuária sustentável, implementadas em regiões da Colômbia.

Outro destaque foi o conceito de restauração ecológica inclusiva, que valoriza o protagonismo das comunidades locais em todas as etapas do processo. Essa abordagem reconhece e integra os saberes tradicionais, promovendo benefícios sociais, econômicos e ambientais. Um dos exemplos vem do Cerrado, a savana mais biodiversa do planeta, que abriga cerca de 12.600 espécies em uma área equivalente à metade da Amazônia.

“Precisamos pensar o país como um todo, unindo biomas e buscando soluções conjuntas que fortaleçam o território nacional”, destacou Anabele Gomes, presidente da Rede de Sementes do Cerrado.

“Quando juntamos conhecimento ancestral, políticas públicas e cooperação entre governos e comunidades, conseguimos enfrentar a crise climática e retornar aos nossos territórios mais fortalecidos”, completou Vicente Cirino, do Instituto Vida em Sintropia da Amazônia.

Serviço

Fórum Internacional da Agricultura Familiar e Comunidades Tradicionais

De 13 a 17 de novembro, na AgriZone – Auditório Condurú, Embrapa Amazônia Oriental (Travessa Dr. Enéas Pinheiro, Belém-PA)

Programação completa: ipam.org.br/forum-internacional-da-agricultura-familiar-e-comunidades-tradicionais

 

 

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