Iniciativa online discutiu a operação dos meios de pagamento em transportes europeus, tendo como foco a experiência de Lisboa, capital de Portugal.
Na última quinta-feira (29), a Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô (AEAMESP) participou do 3° Encontro Internacional – Operação dos Meios de Pagamento em Transportes Europeus, promovido pelo Instituto de Engenharia (IE).
Realizada via videoconferência, a ação reuniu representantes da sociedade civil envolvidos com Transportes Públicos em cidades brasileiras, além de dois convidados internacionais: Tiago Faria, Presidente da OTLIS (Operadores de Transportes da Região de Lisboa) e Fausto Augusto Gonçalves de Sá Marques, Diretor-geral da OTLIS, que apresentaram a experiência da Área Metropolitana de Lisboa (AML) com o sistema de transporte urbano.
Concentrando cerca de 500 mil habitantes, a capital de Portugal recebe 600 mil pessoas, diariamente. Para dar conta do fluxo intenso, a cidade conta com quatro operadores públicos: a CARRIS, companhia que responde pelos ônibus e bondes de superfície de Lisboa; o transporte metropolitano; o transporte fluvial, denominado Transtejo/Soflusa; e os Comboios de Portugal, que seriam os trens.
Além disso, a AML possui operadores privados, incluindo mais de 10 empresas de ônibus e um metrô de superfície. “Em números, mais de 550 milhões de passageiros são transportados por ano. Cerca de 270 milhões utilizam metrô e ferrovia e mais de 260 milhões utilizam o ônibus – deste total, mais de 125 milhões fazem uso do Ônibus de Lisboa (CARRIS)”, resumiu Marques.
Na sequência, ele apresentou o Sistema Viva, uma das inovações que a OTLIS, agrupamento de empresas que presta serviço a 28 operadoras de transportes da AML, trouxe para a região. A partir dele, todos aderem a um conjunto de produtos, normas, especificações e aplicações, garantindo a intermodalidade tarifária e o acesso a canais de venda comuns.
Vale destacar que cada operador é responsável pelo seu próprio investimento e manutenção, o que mantém a independência e flexibilidade de escolha. Com o Sistema VIVA, a OTLIS garante que as evoluções tecnológicas necessárias se executem ao menor custo e que elas não perturbem a estabilidade do sistema de cada operador.
Após a fala de Marques, a engenheira Silvia Cristina Silva, Presidente da AEAMESP, perguntou ao executivo se o número de empresas que compõem a OTLIS torna a aprovação e a execução de projetos mais fácil ou mais complexa. “Podemos dizer que os dois. É mais fácil porque formamos um grupo de empresas com objetivo de que elas sirvam umas às outras. Temos a profunda compreensão de que o sucesso do sistema é o sucesso dos operadores. Logo, esses operadores públicos e privados entenderam que era preciso desenvolver algo comum para todos. Também era necessário ter sustentabilidade financeira para que todo o rendimento fosse reinvestido nos operadores”, disse.
A parte difícil, segundo ele, é que quando não há concordância entre todas as operadoras, os projetos não são levados adiante. “Não fazemos nada até que todos estejam de acordo. Mas, se não fosse essa integração dos operadores, não teríamos a estrutura de mobilidade que temos hoje”, concluiu.
O evento contou também com a participação de:
· Conrado Grava, conselheiro da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos);
· Eduardo Lafraia, Presidente do Instituto de Engenharia;
· Eleonora Pazos, Diretora da União Internacional de Transportes Públicos (UITP);
· Otávio Vieira da Cunha Filho, Presidente da Associação Brasileira de Transportes Urbanos (NTU);
· Ivan Metran Whately, Diretor do Departamento de Engenharia de Mobilidade e Logística do Instituto de Engenharia;
· Miriana Pereira Marques, Vice-presidente de Assuntos Internos do Instituto de Engenharia;
· Luiz Fernando Portella, Conselheiro do Instituto de Engenharia.
O 3° Encontro Internacional do Instituto de Engenharia foi transmitido pelo Canal da entidade no Youtube e pode ser conferido integralmente no link: https://www.youtube.com/watch?v=0tvdhSMAys0
(Fonte: Assessoria de imprensa)
