Ciplan avança com tecnologia da Metso e transforma produção de areia industrial no Distrito Federal
Referência tradicional na produção de cimento e concreto no Distrito Federal, a Ciplan dá mais um passo estratégico ao investir em uma planta de produção de areia industrial fornecida pela Metso. A nova planta foi integrada ao seu complexo de agregados, onde já operava com mistura de areias industriais — matéria-prima essencial na composição de concretos e argamassas para o mercado da construção civil.
O desafio era claro: ampliar a capacidade produtiva de areia para atender a crescente demanda do setor de argamassas, com a missão paralela de reduzir o consumo de energia e elevar a eficiência do processo industrial. Isso exigia não apenas um aumento na diversidade do mix de areia, mas também uma redução nas perdas de material pulverulento — um ajuste técnico que, se bem- sucedido, traria ganhos operacionais expressivos.
Foi com esse objetivo que a Ciplan apostou na tecnologia HPGR (High Pressure Grinding Rolls) do britador HRC da Metso. Inicialmente projetada para atingir capacidade máxima em cinco anos, a planta surpreendeu ao superar as expectativas logo nos primeiros meses de operação, alcançando uma ociosidade inferior a 20%. Com o novo sistema, a produção de areia subiu cerca de 60 toneladas por hora, desbloqueando o gargalo que antes limitava o crescimento da produção de argamassas.
Mas os ganhos não pararam aí.
Eficiência Energética
O principal destaque foi a expressiva redução no consumo energético: enquanto um britador VSI convencional demanda cerca de 900 HP para entregar 60 toneladas por hora, o HRC da Metso realiza praticamente a mesma
produção com apenas 300 HP. O resultado? Um custo de energia por tonelada consideravelmente menor e mais sustentabilidade ao processo.
“A eficiência energética do HRC foi o principal motivador para escolhermos o equipamento. Ele veio como uma solução para ampliarmos a capacidade de produção de areia, sem aumentar o consumo de energia”, comenta Frederico Reis, Gerente Geral de Operações da Ciplan. Ele exemplifica dizendo que atualmente tem um consumo de 11 kWh por tonelada com os VSIs, enquanto o HRC tem 3,8 kWh por tonelada, sendo esse o principal ganho da planta.
Além disso, o material superfino (filler) gerado como subproduto da produção de areia passou a ser reutilizado na própria fabricação de cimento, servindo como aditivo e melhorando o desempenho dos moinhos — um ganho indireto que otimizou ainda mais o consumo de energia na planta. Vale destacar que o HRC gera, em média, apenas 8% de material pulverulento, contra os 20% registrados por sistemas anteriores, como britadores VSI ou moinhos de martelo.
Menos intervenções de Manutenção
Outro benefício notável foi a drástica redução nos custos e no tempo de manutenção. Enquanto britadores VSI exigem trocas de martelos a cada 10 dias, o HRC, que opera sem essas peças, requer apenas manutenções
preventivas nos rolos, com substituições de revestimento que chegam a durar até um ano. Menos intervenção, menor parada e muito mais eficiência.
Para Evair Nunes, coordenador da planta de produção de agregados da Ciplan, a instalação do HRC além da eficiência energética, permitiu a substituição de três moinhos de martelo, VSIs, que tinham alta demanda de manutenção. “Esses moinhos de martelo tinham altos índices de desgaste dos fundidos e um consumo de energia muito elevado”, Evair também comenta sobre a facilidade de manutenção do britador de rolos. “O HRC é uma máquina que requer pouca intervenção para manutenção, uma vez calibrado e ajustado o gap entre os
rolos, essas intervenções são menores quando comparadas a equipamentos similares”, finaliza.
Finos com melhor qualidade
Do ponto de vista visual, a areia produzida pelo HRC também apresenta melhor acabamento na fração mais grossa — um diferencial técnico que demonstra a superioridade da tecnologia empregada.
Alfredo Reggio, líder de vendas da Metso, responsável pelo atendimento da Ciplan, comenta que o estudo colaborativo entre as duas empresas para o desenvolvimento de uma areia mais fina permitiu um material final de melhor qualidade para atender o mercado de concreto e argamassa.
A instalação da planta também se destacou pelo layout inteligente e otimizado. Graças ao uso das peneiras de alta frequência da Metso e ao formato vertical, a estrutura se encaixou perfeitamente no espaço físico já existente da fábrica, ocupando área muito menor do que os antigos sistemas horizontais e oferecendo ainda uma operação mais compacta e eficiente.
Peneiras de Alta Frequência
A escolha das peneiras também se mostrou acertada do ponto de vista econômico: além do bom custo-benefício, entregam classificação precisa com baixo nível de bypass, mesmo quando visualmente aparentam obstrução.
“As peneiras de alta frequência fazem uma boa parceria com o HRC, oferecendo alto desempenho e baixo custo operacional. Mesmo não sendo convencional no mercado de agregados, a tecnologia deste modelo de peneira
é diferenciada e apresenta excelentes resultados”, afirma Evair Nunes.
Para a Ciplan, a adoção da tecnologia HPGR do HRC trouxe impactos extremamente positivos, principalmente nas frentes de consumo energético e manutenção. Apesar dos desafios típicos do início de operação e da curva de
aprendizado técnico conjunta com a Metso, o projeto superou expectativas e consolidou-se como um passo certeiro rumo a uma operação mais moderna, eficiente e competitiva.